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Amigo de Barros é procurador de empresa acionista da FIB Bank

Empresa foi garantidora do contrato da Precisa Medicamentos para venda da Covaxin

Brasília|Isabella Macedo e Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

CPI ouviu o diretor da FIB BanK, Roberto Pereira Ramos Júnior
CPI ouviu o diretor da FIB BanK, Roberto Pereira Ramos Júnior CPI ouviu o diretor da FIB BanK, Roberto Pereira Ramos Júnior

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, o diretor-presidente da empresa FIB Bank, Roberto Pereira Ramos Júnior, afirmou que o advogado e empresário Marcos Tolentino é procurador de uma das empresas que compõem o capital social da FIB Bank. Tolentino, que tem convocação aprovada para prestar depoimento à CPI, é amigo do deputado federal e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e chegou a acompanhar o parlamentar paranaense em seu depoimento à comissão em12 de agosto.

Questionado sobre a relação da FIB Bank com Tolentino, Ramos Júnior afirmou que o advogado é procurador da Pico do Juazeiro, uma das acionistas da FIB Bank. Ainda de acordo com Ramos Júnior, a FIB Bank — que, apesar do nome, não atua como banco, e sim como uma prestadora de garantias fidejussórias (garantias pessoais) — foi fundada pela Pico do Juazeiro e pela MB Guassu.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), questionou a relação de Tolentino com a FIB Bank, que foi explicada pelo depoente. Segundo Roberto, Tolentino também é advogado de Ricardo Benetti, sócio da empresa e responsável por contratá-lo.

“O Dr. Marcos Tolentino é advogado do sr. Ricardo Benetti e procurador da empresa sócia do FIB Bank, a Pico do Juazeiro”, afirmou o depoente. Ao ser confrontado por Calheiros da razão para Tolentino aparecer como representante da FIB Bank, Ramos Júnior a princípio negou saber da participação do advogado, mas depois afirmou que Tolentino aparecia por sua atuação como procurador da empresa.

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Os senadores levantaram outra ligação de Tolentino com a FIB Bank por meio da outra empresa-sócia da garantidora fidejussória, a MB Guassu. Após a confirmação do depoente de que a MB Guassu é sócia da FIB Bank, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apontou que a empresa também é relacionada a Tolentino.

“O endereço da MB Guassu é o mesmo endereço do Sr. Marcos Tolentino, de São Paulo, do escritório dele: Avenida Ibirapuera, 2120. Até o andar, Sr. relator: andar 23, conjunto 241. O mesmo escritório do Sr. Marcos Tolentino em São Paulo é da MB Guassu”, apontou o senador amapaense.

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Tolentino negou, em nota, que seja sócio oculto da empresa Fib Bank, como suspeitam os senadores. O empresário e advogado ressaltou ser presidente, há mais de 15 anos, da rede de televisão Rede Brasil. Tolentino afirmou ter prestado serviços advocatícios para Ricardo Benetti e às empresas que ele representa, dentre a Benetti Prestadora de Serviços, que possui participação sobre a empresa Pico de Juazeiro. Esta última, em 2015, segundo Tolentino, tornou-se acionista da Companhia FIB Garantias.

“A sociedade FIB Bank, como diversas outras no mercado, presta serviços de emissão de garantias em favor dos clientes do escritório jurídico de Marcos Tolentino, se limitando a tanto a dita relação”, afirmou o advogado. Tolentino frisou que não exerce “qualquer ato de gestão perante o FIB Garantias”.

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Internamente, o foco do depoimento em Tolentino gerou insatisfação por parte de alguns senadores de oposição e independentes ao governo que participam da CPI. A avaliação é que muitas informações deveriam ser guardadas para um eventual depoimento do advogado, que agora deve vir mais preparado.

Capital bilionário

Além das ligações de Tolentino com a FIB Bank, outro ponto destacado pelos senadores durante o depoimento foi seu alto capital social. Segundo o depoente, a empresa tem capital social de R$ 7,5 bilhões, composto pelos imóveis da Pico do Juazeiro e da MB Guassu.

“São dois imóveis principais, um na cidade de São Paulo e outro na cidade de Castro, no Paraná”, afirmou Roberto Ramos Júnior.

O valor espantou os parlamentares tanto da base governista quanto da oposição. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que era necessário identificar qual seria o imóvel no valor de R$ 7 bilhões e foi respondido pelo vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (REDE-AP).

“Sr. relator e Senador Marcos Rogério, a mansão mais valiosa do planeta não vale isso. Então, a gente tem que localizar esse imóvel”, disse Randolfe.

Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, também apontou que o valor é exorbitante, fazendo uma comparação com o palácio de Buckingham, residência oficial da rainha da Inglaterra.

“Uma mensagem que eu recebi é de que o Palácio de Buckingham custa US$1,5 bilhão, que, multiplicando por cinco, pode chegar a 7 bilhões [de reais]. Então, o terreno que o senhor tem dá pra comprar o Palácio de Buckingham, na Inglaterra”, afirmou o senador.

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