CPI dos Atos Antidemocráticos ouve major suspeito de ensinar práticas militares a extremistas
Cláudio Mendes dos Santos iria depor em 19 de outubro, mas apresentou atestado após passar mal e ser levado a uma UPA
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, Brasília
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal ouve nesta quinta-feira (9) o major da Polícia Militar do DF suspeito de ensinar práticas de guerrilha aos extremistas do 8 de Janeiro. Claudio Mendes dos Santos é policial da reserva e ex-membro do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Ele estava com o depoimento marcado para o último dia 19, mas apresentou atestado médico após passar mal e ser levado pela polícia à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião.
O major chegou a passar vários dias no acampamento em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, e teria feito discursos a favor de uma intervenção militar no país. Dias antes da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, ele chegou a convocar a população para as manifestações e pediu o auxílio de policiais para a tarefa.
Santos foi preso em março, durante a nona fase da Operação Lesa Pátria. Ele foi citado em depoimento de Alan Diego dos Santos, condenado por planejar um atentado a bomba no aeroporto internacional de Brasília na véspera do Natal de 2022. Segundo Alan Diego, ele nunca viu o major dando aulas de técnicas militares, mas todos o reconheciam como um "orientador".
• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo Telegram
• Assine a newsletter R7 em Ponto
Reta final
O major é o penúltimo depoente que será ouvido pela Câmara Legislativa antes de a CPI encerrar os trabalhos. Na próxima quinta-feira (16), está prevista a oitiva do coronel Reginaldo Leitão, que teria integrado um grupo de mensagens que trocava informações sobre o 8 de Janeiro. Leitão também teve o depoimento, inicialmente agendado para 26 de outubro, remarcado depois de apresentar um atestado médico aos deputados distritais.
A data final para encerrar as atividades da CPI é 5 de dezembro, mas o presidente do colegiado, Chico Vigilante (PT), pretende votar o relatório final antes da data.