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Câmara Legislativa do DF prevê denunciar cerca de cem pessoas no relatório final da CPI do 8 de janeiro

Afirmação foi dada ao R7 pelo presidente da comissão, que espera que depoimentos acabem em novembro, e não mais em dezembro

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Desde o começo de março, a CPI ouviu 28 pessoas
Desde o começo de março, a CPI ouviu 28 pessoas

A CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) prevê denunciar cerca de cem pessoas no relatório final, entre eles financiadores, envolvidos e responsáveis pelo transporte dos manifestantes nos atos do 8 de Janeiro. A informação foi dada pelo presidente da comissão, Chico Vigilante (PT), ao portal R7. Desde o início, no começo de março, a CLDF ouviu 28 depoimentos e realizou 29 sessões. A expectativa é que os trabalhos terminem até o fim de novembro.

"O término [da CPI] está previsto para 5 de dezembro, mas quero ver se até novembro o relatório está pronto, para que possamos disponibilizar aos demais deputados [o documento] e em seguida fazer a votação", afirma Chico Vigilante.

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O parlamentar descarta a necessidade de acareação, medida cogitada devido às divergências entre as declarações de alguns militares na Casa, como a do coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues e a do coronel da Polícia Militar Paulo José Bezerra.

Isso porque, ao depor em junho, Casimiro disse que foi José Bezerra quem deu a ordem de abrir a Esplanada. No entanto, em setembro, o coronel da PM negou a declaração e chegou a afirmar que o colega de farda merecia o "troféu Pinóquio de cara de pau do ano". Para Chico Vigilante, será possível encontrar a verdade dos fatos confrontando os dois depoimentos.


Reta final

A cerca de dois meses da conclusão, no entanto, as divergências entre os deputados têm aumentado, e a oposição não descarta a possibilidade de apresentar um relatório paralelo, caso "sinta que haja alguma injustiça" entre os indiciados.

Relator da CPI, Hermeto (MDB) afirma que o documento oficial já tem mais de 200 páginas e reforça consistência e objetividade do texto.


Estamos qualificando%2C individualizando cada conduta%2C para que a gente não possa cometer nenhum tipo de injustiça.

(deputado distrital Hermeto (MDB), relator da CPI)

Hermeto diz que transita bem entre esquerda e direita e que já conversou com os deputados. "Será um relatório com o que tem de comprovado. Temos que lembrar que o relatório não é soberano, ele é colocado em votação pelos membros da CPI", diz. 

Da oposição, o deputado Pastor Daniel de Castro (PP) afirma que tem "muito desejo de votar" pela aprovação do relatório de Hermeto. "Apenas se tiver algum tipo de injustiça eu apresento [relatório paralelo] ou voto contrário [ao texto oficial]. Mas creio que vamos votar, sim [no documento produzido pelo relator]. A nossa preocupação é que tudo aponta apenas para a Polícia Militar, estão eximindo os membros do governo federal [da responsabilidade]", argumenta.

"Processo político"

Já para o distrital Fábio Felix (PSOL), a Comissão caminha para um momento decisivo de análise documental e das informações prestadas nos depoimentos. “Penso que a CPI foi fundamental, especialmente por seu pioneirismo de ser a primeira comissão parlamentar de inquérito a investigar o que aconteceu no dia 8 de janeiro no Distrito Federal, porque com ela foi possível perceber que o que aconteceu em janeiro e em 12 de dezembro de 2022 não foram atos isolados, mas fruto de um processo político golpista. Agora a responsabilidade do relator é punir a prevaricação, a omissão e até a conspiração dentro das forças de segurança”, pondera.

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