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Policial segurava celular durante estupro em prisão feminina do DF, afirma vítima

Detenta diz achar que abuso foi filmado. Corregedoria da Polícia Civil também investiga irregularidades durante exame no IML

Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília

Detentas recebem atendimento psicológico na Colmeia, no DF
Detentas recebem atendimento psicológico na Colmeia, no DF Detentas recebem atendimento psicológico na Colmeia, no DF

Uma mulher que foi vítima de estupro dentro da Penintenciária Feminina do Distrito Federal (Colmeia) relatou que o policial penal que a violentou segurava um celular durante o ato e que suspeita que a ação tenha sido filmada. Ela disse que o agressor a retirou da cela e a pressionou contra a parede e contou que não resistiu à agressão por medo de retaliações.

O policial prestou depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (22). Na mesma data, a detenta foi encaminhada a um hospital, onde recebeu um coquetel de antirretrovirais para prevenir a infecção pelo HIV e a vacina contra a hepatite B.

Corpo de delito

O processo tramita em segredo de Justiça. Desde que a denúncia foi registrada, a presa foi transferida para uma cela onde está mais isolada e tem recebido apoio psicológico. Além do estupro, ela pode ter sido alvo de outras violações.

A mulher foi detida em 10 de junho, dois dias antes do abuso, por tráfico interestadual de drogas. Ao desembarcar de voo vindo de Macapá, no Amapá, ela foi flagrada com 3 kg de cocaína no aeroporto de Brasília.

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Antes de seguir para a carceragem, após o flagrante, a mulher foi submetida a exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico-Legal). Durante o procedimento, que envolve o registro de fotos sem roupa, apenas um agente estava na sala.

Na audiência de custódia, quando a detenta relatou a situação, a Justiça determinou que a corregedoria da Polícia Civil apurasse a conduta do agente. A defesa argumentou que deveria haver uma perita no local. Procurada, a corporação informou que os processos administrativos da corregedoria são sigilosos.

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A defesa ingressou com pedido de habeas corpus para que a detenta responda ao processo em liberdade, mas a solicitação foi negada. O advogado espera a análise do recurso sobre a liminar.

Estupro

De acordo com a denúncia, o abuso ocorreu em 12 de junho. A vítima relatou ao advogado que foi retirada da cela por um policial penal, que a violentou sexualmente. A defesa dela denunciou o estupro à direção do presídio, que levou o caso à Justiça.

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Na ocasião, a juíza Leila Cury, da VEP (Vara de Execuções Penais), ordenou que a violação sexual fosse investigada pela 20ª Delegacia de Polícia (Gama). "Os fatos alegados são de extrema gravidade e devem ser apurados", escreveu na decisão.

A Seape (Secretaria de Assuntos Penitenciários) afirmou que o suspeito foi transferido de unidade enquanto ocorre a investigação. Leila Cury determinou que a direção da Colmeia preste apoio psicológico à mulher e proibiu o acesso de policiais penais homens às galerias onde estão alojadas as detentas, a não ser na presença de agentes mulheres.

Protesto

Na terça-feira (21), familiares de outros detentos se reuniram em frente ao fórum onde funciona a VEP, na Asa Sul, para fazer um protesto. Uma das pautas foi justamente a resolução da denúncia de estupro da detenta. Nas faixas, as mulheres pediam justiça.

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