Familiares de presos protestam contra estupro de detenta no DF
Manifestantes se reuniram em frente à Vara de Execuções Penais e cobraram melhores condições para os detentos
Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
Cerca de 60 familiares de presos do Distrito Federal se reuniram, na manhã desta terça-feira (21) em frente à Vara de Execuções Penais (VEP), para cobrar pela punição de envolvidos no caso de estupro a uma detenta na Penitenciária Feminina. O autor do assédio seria um policial penal.
As mulheres seguravam faixas e cartazes e gritavam palavras de ordem em frente ao Fórum. Elas pretendiam ser recebidas pela juíza da VEP, Leila Cury, e protestaram pelo fornecimento de alimentação digna e ampliação do tempo de visita, assim como a retomada da visita íntima.
"O descaso com a comida, a higiene dos presos, somos nós que arcamos com esses custos. A gente precisa de mais convívio, a visita ainda está sendo de uma hora", disse Nayara Menezes, cujo marido está preso. "A gente quer que tudo volte ao normal, visitas de 9h às 16h, que a visita íntima seja liberada e o estado dê mais atenção à alimentação", frisou. "Não há caminho de ressocialização sem consenso com a família".
Os parentes também reclamaram do tratamento aos presos. "A gente só pretende sair daqui quando tiver uma resposta", disse Nayara. Ela afirma que os detentos têm pertences tomados pelos agentes e que também são deixados sem roupa sentados no chão sob o sol.
A visitação presencial foi retomada há 3 meses, quando os índices da pandemia de Covid-19 estavam em níveis mais controlados. Contudo, o contato físico entre visitantes e detentos continua proibido.
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"O estupro veio como uma bomba, nosso ato já estava programado", explicou Nayara. "Total assistência à interna que foi estuprada pelos agentes. A gente quer justiça", resume.
No domingo passado, uma interna denunciou o abuso. O autor seria um policial penal da unidade. Depois que o advogado dela relatou o abuso à direção do presídio, o caso foi levado à justiça. O servidor foi transferido cautelarmente até que o caso seja solucionado.