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STF manda apurar se governo Bolsonaro cometeu crimes contra povo ianomâmi

Determinação é que a Procuradoria-Geral da República investigue autoridades da gestão anterior, mas nomes não foram divulgados

Brasília|Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília, e Clébio Cavagnole, da Record TV

Evacuação médica na Terra Yanomami, em Roraima
Evacuação médica na Terra Yanomami, em Roraima Evacuação médica na Terra Yanomami, em Roraima

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apure se houve genocídio, desobediência e crimes ambientais cometidos na Terra Yanomami, em Roraima, com participação do governo de Jair Bolsonaro (PL). Também deverão fazer parte da investigação, por determinação do magistrado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Superintendência Regional da Polícia Federal no estado. 

A região teve estado de emergência em saúde pública decretado em razão da desnutrição infantil e da disseminação de malária. "Os documentos em questão [anexos ao processo] sugerem um quadro de absoluta insegurança dos povos indígenas envolvidos, bem como a ocorrência de ação ou omissão, parcial ou total, por parte de autoridades federais, agravando tal situação", afirma Barroso na decisão.

Entre os fatos a ser investigados estão "indícios de alteração do planejamento no momento de realização da Operação Jacareacanga, pela Força Aérea Brasileira – FAB, resultando em alerta aos garimpeiros, quebra de sigilo e inefetividade da iniciativa".

Além disso, o ministro destaca a não participação das Forças Armadas em uma operação previamente organizada em conjunto com a Polícia Federal, sob a alegação de deficiência orçamentária a três dias da data agendada, "comprometendo o planejamento e a efetividade da intervenção, bem como a segurança dos servidores e equipamentos públicos utilizados pela Polícia Federal".

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Barroso pede também que seja explicada a "retirada irregular (e aparentemente não explicada) de 29 (vinte e nove) aeronaves ligadas ao garimpo ilegal e apreendidas pela Polícia Federal de seu local de depósito, posteriormente avistadas em operação, a despeito da existência de ordem judicial de destruição dos bens apreendidos", entre outros indícios de crimes.

R7 ainda não conseguiu contato com os advogados de Bolsonaro.

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Grupo de trabalho do governo federal

Nesta segunda-feira (30), o governo federal criou um grupo de trabalho para propor medidas contra a atuação de organizações criminosas na exploração do garimpo em terras indígenas. A equipe é composta de representantes de seis ministérios e de outras instituições, como a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O grupo terá 60 dias para concluir os trabalhos e surgiu dias após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Terra Indígena Yanomami. O chefe do Executivo federal esteve no local, que abriga cerca de 30 mil indígenas, em Roraima, e disse que vai atuar para interromper o garimpo ilegal, além de ter anunciado que a Polícia Federal vai investigar crimes ambientais na região.

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