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Governo cria grupo de trabalho contra exploração de garimpo em terras indígenas

Coordenado pelo Ministério da Justiça, equipe terá também representantes de cinco ministérios e órgãos como PF e PRF

Brasília|Do R7, em Brasília

Indígena na Terra Yanomami
Indígena na Terra Yanomami

O governo federal criou um grupo de trabalho para propor medidas contra a atuação de organizações criminosas na exploração do garimpo em terras indígenas. Composto de seis ministérios e outros órgãos como Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), a portaria com a criação do grupo foi publicada nesta segunda-feira (30) no Diário Oficial da União e assinada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. 

Farão parte do grupo os Ministérios da Justiça e Segurança Pública; dos Povos Indígenas; Minas e Energia; Defesa; Direitos Humanos e Cidadania; Fazenda; além de PF, PRF, Secretaria Nacional de Segurança Pública e Secretaria de Acesso à Justiça. Os servidores indicados pelos órgãos não receberão remuneração do serviço.

O grupo terá 60 dias para concluir os trabalhos e surge dias após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Terra Indígena Yanomami. O petista esteve no local, que abriga cerca de 30 mil indígenas, em Roraima, e disse que vai atuar para interromper o garimpo ilegal, além de anunciar que a Polícia Federal vai investigar crimes ambientais na região.

A visita foi motivada pelo estado de emergência de saúde pública decretado na região em razão da desnutrição infantil e da disseminação de malária.


Portaria do Ministério da Justiça

De acordo com a portaria, a criação do grupo é justificada por "prática de crimes e as gravíssimas violações de direitos fundamentais ocasionadas em razão do garimpo ilegal em terras indígenas na região amazônica, inclusive com a notícia de desnutrição e fome que ocasionaram cerca de 570 mortes evitáveis de crianças indígenas ianomâmis (Roraima) nos últimos quatro anos".

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Além disso, a portaria do Ministério da Justiça lembra que a exploração de minério nas terras indígenas e a comercialização posterior pode caracterizar "crimes como usurpação de bens da União, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais".

Na última semana, o governo federal exonerou diversos coordenadores da saúde indígena do Ministério da Saúde em meio à crise e às denúncias de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. 

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