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Auditoria revela número de mortes acima da média em UTI chefiada por médica suspeita de eutanásia 

Apuração mostrou que 60% dos pacientes morriam antes de completar três dias de internação

Cidades|Do R7, com Jornal da Record

Virgínia Helena está presa há dez dias
Virgínia Helena está presa há dez dias Virgínia Helena está presa há dez dias

Auditores do Ministério da Saúde constataram que, em 2012, 60% dos pacientes que davam entrada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) chefiada por Virgínia Helena Soares de Souza morram antes de completar três dias de internação. O número é considerado alto. A médica está presa desde o dia 19 de fevereiro, por suspeita de apressar a morte dos doentes.

A UTI geral do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba foi reaberta para trabalhos internos nesta sexta-feira (1º). O setor, que tem dez leitos, estava fechado desde quando Virgínia foi presa. O Ministério da Saúde mandou fiscais para verificar os trabalhos em todo o hospital.

A auditoria também constatou irregularidades nos registros médicos dos pacientes, segundo o fiscal Mário Lobato.

Novas revelações

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O depoimento de um funcionário da UTI, que consta no inquérito do caso, mostrou que em dias que a médica Virgínia Helena mandava “lavar” o setor, eram registradas as mortes. Em um único dia que supostamente deu a ordem, oito pessoas faleceram.

Nesta sexta-feira (1º), o advogado da médica, Elias Mattar Assad, pediu os prontuários originais das supostas vítimas, apreendidos pela polícia. Ele também disse que vai pedir à Justiça a anulação das provas que estão no inquérito.

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A polícia diz que essa é uma estratégia da defesa para desqualificar a investigação. Em nota, a polícia afirmou que as cinco prisões — Virgínia, três médicos e uma enfermeira — foram baseadas no inquérito, que tem mais de mil páginas. 

Defesa

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O advogado Elias Mattar Assad garante que a médica é vítima de uma sucessão de erros. Ele pediu a anulação as transcrições das conversas telefônicas gravadas pela polícia. Um erro foi apresentado à Justiça para justificar o pedido de prisão da chefe da UTI. 

Entenda o caso

A chefe da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (PR) foi presa no dia 19 de fevereiro por policiais do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde. Virgínia Helena Soares de Souza, de 56 anos, é suspeita de ter praticado eutanásia — antecipar a morte de pacientes internados na unidade.

As investigações começaram há um ano, após denúncias de funcionários do próprio hospital, que é considerado um dos mais importantes da cidade. Ela foi indiciada por homicídio qualificado, por não haver chance de defesa das vítimas.

Virgínia chefiava, desde 2006, a UTI geral do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. O setor fica no quarto andar do prédio, local onde a vigilância sanitária encontrou, em 2012, cinzeiros com cinzas e também bitucas de cigarro.

Em nota divulgada no dia da prisão, o Hospital Universitário Evangélico disse que abriu sindicância interna para apurar os fatos, que reconhece a competência profissional de Virgínia e que “desconhece qualquer ato técnico dela que tenha ferido a ética médica”. Toda a equipe do setor foi trocada.

Também por meio de nota, a médica se disse vítima de ex-funcionários. O filho dela, Leonardo Marcelino, e o advogado, Elias Mattar Assad, disseram que tudo “é um grande erro da polícia” e que as denúncias “são baseadas em depoimentos e não em provas”.

Apesar de estar na UTI do hospital desde 1998 e chefiar o setor há sete anos, Virgínia não era especialista na área. Segundo a polícia, quem assinava por ela como chefe da unidade era outro médico. Ela assumiu o cargo, que era do marido, depois que ele morreu.

No dia 23 de fevereiro, a Justiça expediu quatro mandados de prisão para três médicos e uma enfermeira. Os anestesistas Edson Anselmo da Silva Júnior, Maria Israela Boccato e Anderson de Freitas foram levados à delegacia no mesmo dia. A enfermeira Laís Grossi se apresentou no dia 25 do mesmo mês.

Os médicos presos negam qualquer conduta antiética e foram orientados pelo advogado de Virgínia a ficarem calados. Foi iniciada uma investigação dentro do hospital, inclusive com membros do Ministério da Saúde, para constatar eventuais irregularidades praticadas pela médica ou por outros profissionais.

Nove dias após ser presa, Virgínia Helena foi transferida do Centro de Triagem para o presídio feminino de Piraquara, cidade na região metropolitana de Curitiba. Junto com ela, foi a médica Maria Israela Boccato, também suspeita de envolvimento nas mortes. 

Assista ao vídeo:

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