Um dos problemas de Pedrinhas é a superlotação das celas
Márcio Fernandes/13.01.2014/Estadão ConteúdoUm grupo de detentos conseguiu fugir do PSL I (Presídio São Luís I) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão, por volta das 4h30 desta quarta-feira (17). Segundo as primeiras informações, cerca de 13 presos escaparam por meio de um túnel.
A assessoria de imprensa da Sejap (Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária) informou que ainda não foi feita a recontagem dos presos, o que deve acontecer ainda nesta quarta-feira. O Sindicato dos Agentes Penitenciários afirmam que mais de 30 detentos escaparam pelo túnel.
Mais tarde, durante a manhã, os detentos do Cadet (Casa de Detenção) do complexo tentaram fugir pelo muro da unidade. Nenhum preso escapou, segundo a Sejap.
Diretor preso
Na segunda-feira (15), o diretor da Casa de Detenção de São Luís (MA), Cláudio Barcelos, foi detido suspeito de facilitar a fuga de presos. Além disso, segundo a assessoria da Sejap, também está sendo apurada a hipótese de que, mediante pagamento, detentos eram autorizados a deixar a unidade irregularmente e retornar após cometerem crimes.
Assista ao vídeo:
A Casa de Detenção é uma das várias unidades penais que formam o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, maior estabelecimento prisional do Maranhão. Palco de constantes rebeliões, fugas, brigas e assassinatos de presos, Pedrinhas já contabiliza 16 detentos mortos só neste ano. A última morte dentro do presídio foi confirmada no sábado (14).
Segundo a Sejap, Eduardo Cesar Viegas Cunha foi assassinado na Central de Custódia de Presos de Justiça. Um inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte. Em 2013, dados do Conselho Nacional de Justiça mostram pelo menos 60 homicídios.
Na quarta-feira da semana passada (10), 36 detentos fugiram do CDP (Centro de Detenção Provisória) depois que bandidos atiraram um caminhão-caçamba contra o muro do complexo. O choque proposital abriu um grande buraco no muro de concreto, por onde os presos fugiram.
Também partiram do interior do complexo ordens para que os bandidos atacassem delegacias da região metropolitana da capital maranhense e ateassem fogo em ônibus, no início de janeiro deste ano. O episódio resultou na morte da menina Ana Clara Santos Souza, de seis anos.