O governador reeleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), voltou na segunda-feira (6) ao cargo, após 35 dias de licença para campanha eleitoral, com discurso positivo diante da onda de atentados promovida pelo crime organizado.
— Fizemos um trabalho extraordinário na segurança pública. O que está acontecendo é fruto desse trabalho de enfrentamento.
Apesar do reforço da Força Nacional de Segurança desde sábado, a violência não cessou e, na noite passada, foram registrados seis ataques.
Nos novos atentados, foram incendiados cinco ônibus e dois caminhões. Um carro, a residência de um civil e a casa de um policial militar foram atacados. Dois suspeitos, um deles menor de idade, foram detidos em Lages depois de tentar atear fogo a uma base da PM.
O último crime aconteceu na madrugada de ontem, em Guaramirim, cidade vizinha a Joinville. Por volta das 3h, um caminhão carregado de madeira, que estava estacionado na frente da casa de seu dono, foi parcialmente incendiado. Ninguém se feriu.
A PM admitiu que os ataques ainda devem continuar por mais alguns dias, mas com frequência menor.
— Permanece alguns dias, como nos anos anteriores. Agora precisamos de cautela, porque pode ser atentado ou vandalismo — disse a tenente-coronel Claudete Lehmkuhl, chefe de Comunicação.
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Segundo a Polícia Federal, nesta terceira onda de violência, foram registrados mais de cem ataques no Estado — 90 atentados e 16 apreensões de materiais suspeitos. Três pessoas morreram — dois suspeitos em confronto e um ex-agente penitenciário, assassinado em Criciúma. Até essa terça-feira (7), havia 44 presos e 12 menores de idade apreendidos. Os crimes foram registrados em 31 cidades de todas as regiões.
A principal modalidade de atentado é o incêndio a ônibus. No Estado, foram queimados 39 veículos. Os bandidos também cometeram 23 atentados a tiros contra casas de agentes de segurança.
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Na Grande Florianópolis, o fim de semana foi tranquilo. Ontem, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Público anunciou que os ônibus voltaram a circular normalmente. Na terça-feira passada, quando um coletivo foi incendiado em Florianópolis, a entidade restringiu o horário de circulação para as 18h30 e exigiu a escolta da PM nas últimas linhas.
Reforço
Além do auxílio da Força Nacional, foram anunciadas outras operações para conter o crime organizado. Um helicóptero e um scanner que facilitarão a fiscalização foram emprestados ao Estado e os agentes da Força, em parceria com a Polícia Rodoviária, vão atuar nas rodovias para tentar sufocar o tráfico de armas e drogas.
No sábado, 33 soldados chegaram ao Estado. A primeira missão foi a transferência de 20 presos catarinenses para o Presídio Federal de Porto Velho. Eles são apontados como as lideranças que emitiram a ordem para os ataques nas ruas.