Governo de SC estuda transferir presos para presídios federais, diz ministro
Santa Catarina vive a segunda onda de violência dos últimos meses
Cidades|Marina Marquez, do R7, em Brasília
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quinta-feira (7) que está em contato diário com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e que o governo estadual está estudando transferir os presos que estão comandando a onda de violência para presídios federais.
— Assim que solicitado e aprovado pelo Judiciário nós poderemos receber líderes prisionais que estão comandando a situação de violência de Santa Catarina em presídios federais. Eu conversei com o governador, ele agradeceu a oferta e disse que, quando achar necessário, vai solicitar.
Cardozo afirmou que, no momento, os órgãos de inteligência estão estudando o que pode ser feita em uma "ação conjunta".
— Eu combinei com ele [governador] que a Força Nacional, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal estão à disposição do Estado de Santa Catarina. Nesse momento, estamos analisando os fatos, tenho contatos diários com o governador e a qualquer momento podemos anunciar medidas.
Casa de bombeiro é atacada e veículos são incendiados em nono dia de ataques
Ataques mudaram de perfil desde segunda-feira, diz comandante
A porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Claudete Lemhkuhl, informou que há efetivo suficiente, mas o problema está relacionado à disponibilidade das viaturas da PM, que muitas vezes têm problemas mecânicos e precisam ser retiradas de circulação.
Entenda o caso
Santa Catarina vive a segunda onda de violência dos últimos meses. A primeira foi em novembro do ano passado. Os novos ataques começaram no dia 30 de janeiro. O Estado voltou a registrar ônibus, viaturas das polícias Militar e Civil, e veículos particulares incendiados. Bases da PM e delegacias também foram atacadas com tiros ou coquetéis molotovs.
O número de cidades em Santa Catarina que registraram ataques supostamente feitos por uma facção que atua no Estado já supera o verificado em 2012, ano em que a série de atentados começou. Até as 7h desta quinta-feira (7), a Polícia Militar havia confirmado 73 ataques.
As ocorrências foram registradas em 23 municípios: Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Itajaí, Navegantes, Palhoça, Camboriú, São Francisco do Sul, Tubarão, Laguna, Araquari, Indaial, Brusque, Joinville, Gaspar, São José, Ilhota, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul, Maracajá, Chapecó, Bom Retiro e Garuva.
O motivo teria relação com maus-tratos a detentos, assim como aconteceu em novembro. Um vídeo gravado em um presídio de Joinville mostrou presos sendo torturados por agentes penitenciários. O policiamento foi reforçado em todas as regiões.