Ataques em Santa Catarina mudaram de perfil desde segunda-feira, aponta comandante da PM
Até agora foram registrados 73 ataques em 23 cidades; um suspeito morreu e 30 foram detidos
Cidades|Da Agência Brasil
O comandante-geral da PM (Polícia Militar) de Santa Catarina, coronel Nazareno Marcineiro, avalia que os ataques no estado mudaram de perfil desde segunda-feira (4). Segundo ele, os casos são característicos de vândalos e oportunistas.
— [Isso ocorre] com ações, algumas delas já bem constatadas, de aproveitar para colocar fogo no seu carro que estava abandonado, aproveitar para colocar fogo em um caminhão e quem sabe o seguro possa cobrir. [São] crianças brincando de incendiar colchões e acabam por colocar fogo na casa.
Ele destacou, no entanto, que os ataques relacionados a ordens de facções criminosas permanecem.
— Algumas prisões estão sendo feitas com identificação de pessoas que estavam liderando esse processo criminoso, de maneira com que esses ataques estão sendo fortemente coibidos.
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Nesta quarta-feira (6), em Joinville, seis pessoas suspeitas de participação nos atos violentos foram presas preventivamente. Com isso, 30 pessoas foram detidas desde o início das ocorrências, no dia 30 de janeiro.
O comandante confirma que a ordem para essa nova série de ataques está partindo de membros de uma facção criminosa que atua dentro de presídios do estado.
— Alguns desses criminosos estão dentro dos presídios e outros estão nas ruas. Todos nós sabemos que as ordens saem das prisões por meio das saídas temporárias que os detentos fazem e por pessoas que, de uma forma ou de outra, fazem contato com o mundo penitenciário.
Os locais escolhidos para os ataques, que são recorrentes na região do Vale do Itajaí, estão relacionados à proximidade com presídios, segundo ele.
— Na Sala de Situação da PM, para onde convergem as múltiplas informações, há uma linha de raciocínio comum que é a de relacionar o ato com os presídios.
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Ele destacou Joinville como cidade onde estão sendo registrados mais ataques.
— Na vez passada, nos ataques de novembro, tivemos uma situação demarcada em Florianópolis. Nesta ocasião, Joinville tem sido o local com mais episódios, talvez porque seja a maior cidade do estado.
Durante os ataques de novembro, surgiram denúncias de maus-tratos na Penitenciária São Pedro de Alcântara, localizada em Florianópolis. Na época, equipes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República estiveram no local vistoriar e apurar possíveis casos de tortura. Nesta nova série de atentados, o Presídio Regional de Joinville é alvo de inquérito que investiga abusos cometidos por agentes penitenciários durante uma operação pente-fino no dia 18 de janeiro.
Imagens do circuito interno do presídio, divulgadas pela imprensa no último dia 2 de janeiro, mostram que os agentes usaram balas de borracha e gás de pimenta contra os detentos, mesmo com eles em situação de controle.
Entenda o caso
Santa Catarina vive a segunda onda de violência dos últimos meses. A primeira foi em novembro do ano passado. Os novos ataques começaram no dia 30 de janeiro. O Estado voltou a registrar ônibus, viaturas das polícias Militar e Civil, e veículos particulares incendiados. Bases da PM e delegacias também foram atacadas com tiros ou coquetéis molotovs.
O número de cidades em Santa Catarina que registraram ataques supostamente feitos por uma facção que atua no Estado já supera o verificado em 2012, ano em que a série de atentados começou. Até as 7h desta quinta-feira (7), a Polícia Militar havia confirmado 73 ataques.
As ocorrências foram registradas em 23 municípios: Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Itajaí, Navegantes, Palhoça, Camboriú, São Francisco do Sul, Tubarão, Laguna, Araquari, Indaial, Brusque, Joinville, Gaspar, São José, Ilhota, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul, Maracajá, Chapecó, Bom Retiro e Garuva.
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O motivo teria relação com maus-tratos a detentos, assim como aconteceu em novembro. Um vídeo gravado em um presídio de Joinville mostrou presos sendo torturados por agentes penitenciários. O policiamento foi reforçado em todas as regiões.
Assista o vídeo:
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