Governo diz que diálogo está aberto e critica movimento de familiares no ES: Todas essas mortes estão na conta deles
Secretário de segurança declarou que objetivo é "retomar a normalidade" no Estado
Cidades|Do R7
O secretário de Segurança Pública do ES e o governador em exercício do Estado falaram na manhã desta quarta-feira (8) sobre a crise pela qual passa a região desde o fim de semana. De acordo com o governo, o objetivo nesse momento é “trazer tranquilidade para o povo capixaba” e o diálogo com os policiais militares está aberto desde que os batalhões e quarteis sejam desobstruídos e os PMs voltem às ruas. Desde sexta-feira (3), familiares de policiais impedem a saída de viaturas das unidades e as ruas do ES estão sem policiamento. De acordo com o secretário André Garcia, esse “movimento tem envergonhado até policiais militares”.
— Temos determinação de retomar a normalidade e em primeiro plano garantir a segurança pública e a preservação da ordem pública. Estamos em uma crise motivada por um movimento que tem envergonhado inclusive policiais militares e causou para a sociedade muitos prejuízos e coloco na conta do movimento [a insegurança]. Todas essas mortes e atos de violência estão na conta deles.
De acordo com o Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo), foram registrados ao menos 87 assassinatos no Estado desde o fim de semana. O secretário confirma que houve um aumento de homicídios e casos de violência mas não confirma os números.
— Agora o secretário tem que resolver o problema e não fazer balanço.
Sem policiais nas ruas, Grande Vitória já soma 87 mortos
O governador em exercício, César Colnago, declarou que está aberto ao diálogo e que as mulheres que participam do movimento foram recebidas.
— As mulheres foram recebidas. Quem radicalizou esse processo foram eles [PMs], no caso representados naquele momento por elas. Está aberto o diálogo desde que desobstruam nossos quarteis.
Em relação a possibilidade de conceder um aumento salarial para os policiais — pedido que está entre as principais reivindicações da categoria — Colnago informou que isso não será possível nesse momento.
— Estamos no nosso limite. Tivemos pedidos de outras categorias e não vamos tratar só de uma categoria. Não há como conceder aumento nesse momento e estamos sendo francos. Não dá para prometer aquilo que não podemos [cumprir].
Colnago ainda falou que o movimento teria outros interesses e outros "atores" envolvidos.
— Tem gente querendo destruir nossa imagem pensando em eleições.