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Não há provas que liguem médica às mortes em hospital, diz advogado

A defesa de Virgínia Helena Soares de Souza entrou com pedido de liberdade nesta quarta-feira

Cidades|Fernando Mellis, do R7

Médica está presa há oito dias, em Curitiba (PR)
Médica está presa há oito dias, em Curitiba (PR) Médica está presa há oito dias, em Curitiba (PR)

O advogado Elias Mattar Assad entrou na tarde desta quarta-feira (27) com um pedido de liberdade para a médica Virgínia Helena Soares de Souza, de 56 anos, presa desde terça-feira (19), sob suspeita de antecipar a morte de pacientes internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, setor que ela chefiava.

Segundo Assad, a requisição que ele fez ao Tribunal de Justiça do Paraná não precisou de muitas explicações.

— O mandado de prisão dela tem 14 laudas, o habeas corpus tem apenas uma. Isso porque não há motivos que justifiquem a permanência dela na prisão. Não existem provas de que foi ela que matou aquelas pessoas.

O inquérito do caso, divulgado pela Polícia Civil na segunda-feira (25), contém gravações feitas por um policial infiltrado na UTI chefiada por Virgínia, com autorização da Justiça. No entanto, para a defesa da médica, isso não é o suficiente para dizer que ela matou os pacientes. Elias Assad afirmou ter analisado todas as cerca de 2.000 páginas do inquérito.

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OAB-PR diz que vai ajudar defesa de médica suspeita de eutanásia em UTI

Entenda o caso

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A chefe da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (PR) foi presa no dia 19 de fevereiro por policiais do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde. Virgínia Helena Soares de Souza, de 56 anos, é suspeita de ter praticado eutanásia — antecipar a morte de pacientes internados na unidade.

As investigações começaram há um ano, após denúncias de funcionários do próprio hospital, que é considerado um dos mais importantes da cidade. Ela foi indiciada por homicídio qualificado, por não haver chance de defesa das vítimas.

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Virgínia chefiava, desde 2006, a UTI geral do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. O setor fica no quarto andar do prédio, local onde a vigilância sanitária encontrou, em 2012, cinzeiros com cinzas e também bitucas de cigarro.

Em nota divulgada no dia da prisão, o Hospital Universitário Evangélico disse que abriu sindicância interna para apurar os fatos, que reconhece a competência profissional de Virgínia e que “desconhece qualquer ato técnico dela que tenha ferido a ética médica”. Toda a equipe do setor foi trocada.

Também por meio de nota, a médica se disse vítima de ex-funcionários. O filho dela, Leonardo Marcelino, e o advogado, Elias Mattar Assad, disseram que tudo “é um grande erro da polícia” e que as denúncias “são baseadas em depoimentos e não em provas”.

Apesar de estar na UTI do hospital desde 1998 e chefiar o setor há sete anos, Virgínia não era especialista na área. Segundo a polícia, quem assinava por ela como chefe da unidade era outro médico. Ela assumiu o cargo, que era do marido, depois que ele morreu.

No dia 23 de fevereiro, a Justiça expediu quatro mandados de prisão para três médicos e uma enfermeira. Os anestesistas Edson Anselmo da Silva Júnior, Maria Israela Boccato e Anderson de Freitas foram levados à delegacia no mesmo dia. A enfermeira Laís Grossi se apresentou no dia 25 do mesmo mês.

Os médicos presos negam qualquer conduta antiética e foram orientados pelo advogado de Virgínia a ficarem calados. Foi iniciada uma investigação dentro do hospital, inclusive com membros do Ministério da Saúde, para constatar eventuais irregularidades praticadas pela médica ou por outros profissionais.

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