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Preocupado com saúde mental, médico quer que dono da boate Kiss vá para outro presídio

Defesa pediu relaxamento da prisão de Elissandro Spohr e de outros dois presos

Cidades|Fernando Mellis, do R7

O empresário Elissandro Spohr está mentalmente instável, segundo o médico que o acompanha em um hospital de Cruz Alta (RS)
O empresário Elissandro Spohr está mentalmente instável, segundo o médico que o acompanha em um hospital de Cruz Alta (RS) O empresário Elissandro Spohr está mentalmente instável, segundo o médico que o acompanha em um hospital de Cruz Alta (RS)

A alta médica de Elissandro Sphor, um dos donos da boate Kiss, em Santa Maria (RS), só deve ser decidida quando o juiz Ulysses Louzada avaliar um pedido da defesa dele. Segundo o médico, Paulo Viécili, ir para a penitenciária estadual de Santa Maria — onde estão outros três presos por envolvimento no incêndio da casa noturna — poderia prejudicar a saúde mental do empresário.

— Nós estamos aguardando somente a deliberação do juiz. O médico psiquiatra, junto à psicóloga, pediu que a unidade prisional não fosse em Santa Maria.

Os advogados de Spohr, do sócio dele, Mauro Hoffmann, e do integrante da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Leão, pediram nesta terça-feira (5) à Justiça o relaxamento da prisão. A decisão deve sair entre esta noite e quarta-feira (6). A defesa do outro preso, Marcelo Santos, não entrou com o pedido.

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O médico de Spohr negou que a decisão de dar alta tivesse qualquer relação com o pedido de liberdade. O promotor Joel Dutra, por sua vez, se manifestou contrário aos pedidos de liberdade dos três. Os mesmos argumentos da defesa para o pedido já haviam sido usados outras vezes, de acordo com o promotor.

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— Os mesmos motivos que estavam presentes na sexta-feira (1º), quando foi prorrogada a prisão, continuam. Não se alterou nada. Não tem porque colocá-los na rua.

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Dutra também não concordou com o pedido para que Elissandro fosse para outro presídio e disse que não recebeu qualquer informação sobre a condição psicológica do sócio da Kiss.

— Não veio nenhum documento dizendo isso. Só teve o pedido. Em princípio, era o temor da integridade física dele. Eu manuseei os documentos e não me lembro de nenhum laudo médico dizendo que a integridade psíquica dele vai sofrer se ele vier para cá [Santa Maria].

O médico do empresário garante que ele receberá alta, mesmo se o juiz mandá-lo para a penitenciária de Santa Maria.

— Vai ser dada alta sob a responsabilidade do senhor juiz e do Estado. Uma coisa é liberar sem o aval do Estado, outra coisa é liberar e o Estado e o juiz assumirem a responsabilidade. Esse rapaz tem que ter a integridade psíquica dele de volta.

Joel Dutra apresentou três motivos para que Elissandro cumpra a prisão temporária em Santa Maria.

— A garantia de quem está preso é do Estado, que tem toda a condição de mantê-lo íntegro em Santa Maria. Existem três outras pessoas [do caso] que estão presas em Santa Maria e até agora não se tem notícia de nenhum atentado ou qualquer coisa que pudesse indicar que eles corressem risco. Se ele for ficar preso em outra cidade, isso vai dificultar a celeridade do inquérito.

A internação

Elissandro Spohr deu entrada no Hospital Santa Lúcia, na cidade de Cruz Alta, logo após o incêndio na boate Kiss, no domingo, 27 de janeiro, porque tinha inalado fumaça. No dia seguinte foi decretada a prisão dele.

Na terça-feira (29), ele tentou cometer suicídio no banheiro do quarto e precisou ser algemado à cama. Elissandro fica o tempo todo acompanhado de um policial, não pode receber visitas familiares e comunica-se apenas com o médico e com o advogado.

De acordo com Paulo Viécili, Sphor não está mentalmente bem.

— Ele está arrasado, está sob sedação. Ele oscila bastante, entre crises de choro, depressão, falsas realidades, tem momentos em que fica até paranoide. 

Incêndio

O incêndio dentro da boate Kiss no centro de Santa Maria, cidade a 290 km da capital, Porto Alegre, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que ao ser lançado atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. O fogo se espalhou em poucos minutos.

A casa noturna estava cheia na hora que o fogo começou. Cerca de mil pessoas estariam no local. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. Os donos não tinham qualquer autorização do Corpo de Bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012, afirmou o Corpo de Bombeiros.

Ao entrar na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, para socorrer as vítimas do incêndio, na madrugada de domingo (27), os bombeiros se depararam com uma barreira de corpos.

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