Gás tóxico de espuma causou as mortes, conclui perícia
Espuma foi colocada após abaixo-assinado de 87 vizinhos que reclamavam do barulho
Cidades|Do R7
O delegado Marcelo Arigony, que comanda as investigações sobre a tragédia em Santa Maria, afirmou na quinta-feira (31) que a espuma inflamável colocada no teto do palco da boate Kiss, de uso proibido como isolante acústico por leis municipal e estadual, foi a causa da morte dos 236 jovens. A perícia da Polícia Civil, realizada na quinta com o Instituto-Geral de Perícias e o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) do Rio Grande do Sul, constatou que o gás cianídrico liberado na queima da espuma intoxicou a maior parte das vítimas — 178 delas tinham entre 18 e 26 anos.
Segundo o delegado, a espuma foi colocada acima do palco por um funcionário da casa em agosto, após abaixo-assinado de 87 vizinhos que reclamavam do barulho do estabelecimento nas madrugadas de domingo.
— Se a espuma não estivesse lá, os jovens não teriam morrido.
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A espuma foi colocada logo abaixo do teto, como terceira camada de um sistema de isolamento acústico indicado pelo Ministério Público e que deveria ter apenas gesso e cera em vidro.
— O resto do isolamento ficou intacto, só a espuma pegou fogo.
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A Justiça gaúcha negou na quinta-feira pedido de liberdade de um dos donos da boate. A prisão temporária dos quatro suspeitos vence nesta sexta-feira (1º).
— Estamos analisando para ver como vamos pedir a prorrogação da prisão.
Além de Elissandro, estão presos outro sócio da boate, Mauro Londero Hoffmann, o cantor Marcelo de Jesus dos Santos e o auxiliar da banda Gurizada Fandangueira Luciano Bonilha.