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Torcida do Atlético previu briga e vetou mulheres e crianças no jogo contra Vasco em SC

Confronto terminou com quatro torcedores feridos e três presos em Joinville

Cidades|Do R7

Torcedor do Vasco usa cano com prego durante a briga
Torcedor do Vasco usa cano com prego durante a briga Torcedor do Vasco usa cano com prego durante a briga

Integrantes da principal torcida organizada do Atlético Paranaense, Os Fanáticos, já previam o risco de brigas e confrontos durante a partida contra o Vasco da Gama, disputada no domingo (8), na Arena Joinville (SC), pela última rodada do Campeonato Brasileiro. A previsão motivou os organizadores da excursão que saiu de Curitiba com destino a Joinville, a cerca de 140 km de distância, a vetar a presença de mulheres e de menores de idade no grupo que iria assistir ao jogo.

O risco se confirmou logo nos primeiros minutos da partida, quando torcedores dos dois times se enfrentaram, deixando vários feridos — quatro deles precisaram ser levados ao hospital.

“Devido ao alto risco de confrontos na estrada, em consequência do grande número de torcedores de clubes rivais que estarão se deslocando para os jogos da última rodada, nessa viagem não serão vendidas passagens para mulheres e menores”, informa uma nota divulgada no site da torcida atleticana, sete dias antes da partida.

Segundo a militar Claudete Lehnkuhl, do Centro de Comunicação Social da Polícia Militar de Santa Catarina, a corporação não tinha conhecimento da decisão da torcida atleticana. Mesmo assim, destacou 113 policiais para garantir a segurança externa do estádio. O número de PMs foi maior que o de seguranças privados que, conforme anunciado, atuavam no interior do estádio, de forma "totalmente falha", segundo a militar.

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— Antes mesmo do começo do jogo, o clima já não estava bom entre as torcidas que se deslocaram para o local. Se os dirigentes dos clubes tivessem percebido que o clima estava assim, poderiam ter solicitado que a PM ingressasse nos estádios.

Segundo a coronel, não havia policiais no interior do estádio desde o início do jogo devido a uma recomendação do Ministério Público à Justiça Estadual. No começo deste mês, o MP (Ministério Público) ajuizou uma ação civil pública propondo que o Judiciário proíba a Polícia Militar de atuar na segurança de eventos privados. Para o MP, a presença dos policiais em eventos como partidas de futebol ou grandes shows é ilegal, pois desvia os policiais de suas principais funções, já que, de outra forma, eles estariam nas ruas fazendo a segurança da população, em geral.

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Além de pedir que o emprego de policiais militares “na execução de atividades típicas de vigilância particular e de zeladoria patrimonial” seja declarado ilegal, o promotor Francisco de Paula Fernandes Neto pede que o comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro, seja “condenado” a não mais autorizar “desvios de finalidade que aviltam a história” da instituição. A cópia da ação civil pública a que a Agência Brasil teve acesso tem data do dia 2 de dezembro. O pedido ainda não foi julgado pela Justiça Estadual catarinense.

Por meio de nota publicada em seu site, o MP de Santa Catarina disse "que não fez nenhuma recomendação ou ação que impeça a Polícia Militar de atuar no interior do estádio Arena em Joinville".

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Segundo a militar Claudete Lehnkuhl, até novembro passado e durante muito tempo, a PM cobrava dos organizadores de eventos privados uma “taxa simbólica, irrisória” para reforçar a segurança feita por agentes privados. A prática também ocorre em outras unidades da Federação.

— Agora, ante o impasse jurídico, estamos aguardando uma decisão do Poder Judiciário. [O impedimento] não é só para partidas de futebol, é para qualquer evento privado, como shows.

Para Claudete, a ação rápida dos policiais que estavam fora do estádio foi eficiente e impediu uma tragédia.

— A PM teve uma ação rápida e conseguiu controlar a situação tão logo entrou no estádio.

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