Analistas apontam "falta de transparência" em metodologia da Petrobras
A falta de clareza sobre os critérios mantém incertezas para o mercado
Economia|Do R7
Analistas criticaram a decisão da Petrobras na sexta-feira (29) de não divulgar detalhes sobre a nova metodologia de reajustes de combustíveis, dizendo que a falta de clareza sobre os critérios mantém incertezas para o mercado, em um momento em que a empresa enfrenta defasagem dos preços domésticos na comparação com os internacionais.
Na noite de sexta-feira, a estatal anunciou o reajuste de preços nas refinarias de 4% na gasolina e de 8% para o diesel, já como consequência de uma nova política de preços. No entanto, a empresa disse que "por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia".
Para analistas do Itaú BBA, "a falta de transparência causará frustração no mercado. Ninguém sabe exatamente quais são os indicadores ou quais são os gatilhos ou períodos para as revisões, deixando espaço para potenciais manobras nos preços".
Gasolina pode ter nova alta no início de 2014 após reajuste abaixo da expectativa
"Nós nos questionamos o que realmente mudou", disseram os analistas Paula Kovarsky e Diego Mendes, em nota a clientes no fim de semana.
O Credit Suisse rebaixou, no domingo, a recomendação para as ações da empresa para "underperform" (abaixo da média do mercado). O preço-alvo das ADRs (recibos de depósito americanos) — ações de empresas dos EUA compradas no Brasil — está estimado pelo banco em US$ 14.
"Aumentos tímidos nos preços e uma metodologia de precificação opaca deterioram a percepção sobre a governança corporativa, enfraquecem a posição de uma equipe de gestão forte e técnica, têm um significativo impacto nos lucros e na avaliação e deixam o balanço financeiro extremamente frágil em meio a um 2014 cheio de incertezas", disseram os analistas Vinicius Canheu e Andre Sobreira, do Credit Suisse, em relatório a clientes.