Brasil pode precisar de novo aumento de juros, diz FMI
Previsão da crescimento da economia brasileira baixou de 3%, em abril, para 2,5%
Economia|Do R7
O Brasil ainda pode ter que aumentar mais os juros para lidar com a inflação elevada, avalia o FMI (Fundo Monetário Internacional). O País continua enfrentando um desafio considerável para conter a alta de preços, que vem superando o topo da meta do BC (Banco Central) e requer novo aperto monetário.
A recomendação faz parte de um documento do FMI apresentado na última reunião ministerial do G-20, o grupo dos países mais ricos do mundo, realizada em Moscou, na semana passada.
O documento tem o título "Perspectivas globais e desafios de política" e destaca que a recuperação da atividade econômica global vem desapontando e o ritmo de crescimento será menor que o esperado, sobretudo por causa da zona do euro, que segue em recessão, e da expansão mais fraca dos países emergentes.
Para os emergente, a avaliação é que eles vão navegar em "águas mais turbulentas" e os governos precisam ficar atentos a um cenário de maior volatilidade, sobretudo por conta da possibilidade de mudança da política monetária dos Estados Unidos.
Sobre o Brasil, o documento fala que o crescimento econômico continua a desapontar, embora pontue que "finalmente" o investimento dá sinais de expansão. O Fundo prevê expansão de 2,5% para a economia brasileira, número inferior à estimativa feita em abril, quando se previa crescimento de 3%.
Nos países desenvolvidos, EUA e Japão devem ser destaques em recuperação. O Fundo volta a falar que as políticas monetárias devem continuar sendo acomodatícias para estimular as economias. Nos EUA, o mercado de trabalho, apesar da melhora recente, segue fraco e os estímulos monetários seguem sendo necessários. Na Europa, em recessão, os estímulos monetários são mais que necessários.
O FMI enfatiza que o ritmo dos ajustes fiscais deve ser cuidadosamente calibrado para evitar comprometer a recuperação das economias e o crescimento, postura diferente do passado, quando a instituição dava peso maior ao ajuste fiscal em detrimento da atividade econômica. Os desequilíbrios fiscais, diz o documento, são mais acentuados neste momento nos países desenvolvidos, como os da Europa. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.