Está devendo e não tem dinheiro? Negocie e fique com o nome limpo
Primeiro passo é verificar as dívidas que constam no CPF, segundo a Serasa
Economia|Vanessa Beltrão, do R7
"Um poço sem fundo". Era dessa forma que a jornalista Rosália Vasconcelos se enxergava no ano passado. Ganhando menos após mudança de emprego, ela não conseguiu pagar a fatura de cinco cartões, dois empréstimos, seguro do carro, prestações do veículo e um curso de pós–graduação. O resultado? Uma dívida de R$ 8.000.
— Eu me via totalmente desesperada.
Rosália, que chegou a pedir dinheiro emprestado aos amigos, só conseguiu sair da enrascada por meio de uma atitude simples: negociação.
A estratégia foi quitar primeiro as cobranças com juros maiores — até janeiro passado, a jornalista ainda estava fazendo acordo de débitos.
Negociar é a forma mais rápida e fácil para conseguir pagar uma dívida. Dessa forma, você limpa seu nome e fica apto para pedir novas linhas de crédito.
Segundo a superintendente de serviços ao consumidor da Serasa Experian, Maria Zanforlin, o primeiro passo para negociar (e pagar) uma dívida é ir a uma das agências do órgão e solicitar gratuitamente um relatório atualizado das dívidas que estão em nome do consumidor.
— Com base nesse relatório, o consumidor vai procurar os credores para quem ele deve. Então, ele entra em contato diretamente com as empresas e faz a negociação.
Em média, as empresas levam até cinco dias úteis para fazer a baixa do pagamento. Somente após isso o cliente fica com o nome limpo. (Confira abaixo como fazer a consulta das dívidas pelos Correios nas cidades onde não há posto do órgão).
Cabe no seu bolso?
De acordo com o consultor financeiro José Rubens Alvarez, da ZR Consultoria, na hora de negociar com os credores, o importante é perceber se a proposta cabe no bolso.
— Você diz para a instituição financeira que você quer pagar ao preço justo. Nunca aceitar no primeiro momento [a proposta]. Para, analisa, peça opiniões e busque negociar aquilo que cabe no seu bolso.
Uma boa conversa foi também essencial para que o supervisor técnico de sistema de TV e produção de vídeo João Paulo de Freitas ficasse com o nome limpo. Ele foi até uma agência da Serasa em Recife, onde foi informado que possuía uma dívida de cerca de R$ 400 com cartão de crédito.
Freitas ficou com o nome sujo após se recusar a pagar uma taxa de anuidade do cartão no valor de R$ 26. Como a administradora não retirou a cobrança, ele deixou de pagar a fatura por quatro meses.
— Errei por não ter pago essas parcelas.
Após uma negociação, Freitas conseguiu um bom acordo com a administradora do cartão. A dívida, que era de R$ 400, passou para R$ 200.
— Me deram um desconto de quase 50% para quitar num valor só. [Fiquei] superaliviado. Parece que eu tirei o peso das costas e, com isso, eu consegui fazer um outro cartão com a mesma bandeira aceito em vários outros locais.
Cartão de crédito, o vilão
Para o consultor Alvarez, o descontrole financeiro das pessoas é mais com cartão de crédito, como no caso do supervisor técnico, e, em seguida, com cheque especial. Já as empresas enfrentam problemas com capital de giro para tornar o negócio sustentável.
Para não fazer parte do grupo dos devedores, Alvarez explica que as pessoas devem fazer alguns questionamentos básicos antes de assumir um compromisso.
— O que é que eu quero? Para quando eu quero? Como eu vou viabilizar esse projeto?
Tudo também deve ser colocado em um papel para que a pessoa consiga adequar o lado financeiro à sua necessidade.
Passada a fase de desespero, Rosália encontrou o equilíbrio para sua vida financeira após diversas negociações. Hoje já conseguiu pagar o seguro, as prestações do carro e tem apenas um único cartão. Ela ainda continuará quitando um empréstimo até agosto com parcelas no valor de R$ 250.
— Eu tive que renegociar várias coisas. Fui quitando o que era mais urgente e o que tinha os juros maiores.
Hoje Rosália comemora porque está com o nome limpo.
Nome protestado
Já para os devedores que têm o nome protestado, a primeira coisa a fazer é se dirigir ao cartório e solicitar uma certidão com os dados de quem protestou. Após regularizar a dívida, o interessado deve pedir uma carta ao credor com a informação do débito quitado. O documento deve estar assinado com reconhecimento de firma.
Após ter o comunicado nas mãos, a pessoa deve retornar ao cartório e solicitar o cancelamento do protesto. O próprio cartório comunica a Serasa para que exclua a dívida.
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