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Prejuízo com suposto cartel de metrô de SP e DF teria chegado a R$ 577 milhões, diz jornal

Empresa alemã que fez a denúncia ao Cade diz que esquema tinha o aval do governo paulista

Economia|Do R7

Manifestantes acampados em frente ao Palácio dos Bandeirantes em protesto contra o governador de São Paulo Geraldo Alckmin
Manifestantes acampados em frente ao Palácio dos Bandeirantes em protesto contra o governador de São Paulo Geraldo Alckmin

A denúncia feita pela Siemens ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), envolvendo o cartel de empresas nacionais e estrangeiras nas licitações fraudulentas do metrô, indica que o esquema pode ter gerado um prejuízo de R$ 577 milhões aos governos de São Paulo e Distrito Federal, correspondente a 30% do valor das licitações. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo deste sábado (3), com o esquema, os contratos chegaram a R$ 1,925 bilhão (valores atualizados).

Ainda sobre as denúncias feitas pela alemã Siemens, na qual o esquema impedia que as empresas oferecessem preços menores, permitindo o superfaturamento, o cartel teria o aval do governo de São Paulo. Agentes públicos teriam recebido propina das empresas para fazer vista grossa ao cartel durante os governos tucanos de Mário Covas (1995-2001), Geraldo Alckmin (2001-2006) e José Serra (2007-2010).

O governo de São Paulo acionou o Cade judicialmente para obter documentos sobre a investigação do cartel. Em coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira (2), no Palácio dos Bandeirantes, o presidente da Corregedoria Geral da Administração, Gustavo Ungaro, afirmou que "o Governo do Estado de São Paulo acionará judicialmente o Cade para obter documentos relativos às denúncias de formação de cartel durante licitações do metrô".

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A Corregedoria já enviou dois ofícios para obtenção dos documentos, mas o órgão negou acesso aos dados. Ungaro explicou que o Governo do Estado já iniciou o procedimento interno de apuração e que as oitivas (audições) das pessoas físicas e jurídicas já começaram.

— O governador Geraldo Alckmin determinou que a Corregedoria apurasse esta situação, pois o Estado é parte interessada.


O secretário-chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, afirmou que há todo um interesse na apuração.

— Há todo interesse do Governo na apuração. Por isso que nós requisitamos ao Cade, desde o primeiro dia, que nos desse acesso aos documentos. Para poder contribuir nesse processo de apuração e, se comprovado o cartel, que o Estado, e os cofres públicos, tenham o seu ressarcimento devido.

Em nota oficial, o Cade diz que "repudia qualquer acusação de instrumentalização política das investigações" e que "o inquérito administrativo que apura o caso é sigiloso" e "apreensões da Operação Linha Cruzada estão sob segredo de Justiça".

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