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Produção agrícola alcançará recorde de 269 milhões de toneladas, prevê Conab

Apesar de apontar alta de 5,4% na safra de grãos, estimativa é inferior à divulgada no primeiro levantamento do órgão

Economia|Da Agência Brasil

Condições climáticas devem prejudicar a safra de 2022
Condições climáticas devem prejudicar a safra de 2022 Condições climáticas devem prejudicar a safra de 2022

A produção de grãos no Brasil poderá chegar a 269,3 milhões de toneladas na safra 2021/22. O número é 5,4% maior do que o registrado na safra anterior — um acréscimo de 13,8 milhões de toneladas, caso se confirmem as expectativas anunciadas nesta quinta-feira (7) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

A previsão, no entanto, é menor do que a divulgada no primeiro levantamento da companhia neste ano, que projetava uma safra de 288,6 milhões de toneladas. Com isso, o volume divulgado hoje representa uma redução de 6,7% (ou 19,3 milhões de toneladas) em relação à projeção anterior.

Segundo a Conab, essa queda na expectativa se deve às “condições climáticas adversas” observadas nos estados da região Sul e no centro-sul de Mato Grosso do Sul, com perdas maiores na soja e no milho.

“O resultado até o final desta safra vai depender muito do comportamento climático, fator preponderante para o desenvolvimento das culturas”, explica o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

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“Entre os meses de março e abril, aproxima-se a conclusão da semeadura da segunda safra brasileira, na qual se destaca a cultura do milho. As chuvas foram mais regulares em toda a região produtora, inclusive no sul do país, o que permitiu o plantio em boas condições de umidade. O produtor fez sua parte. Agora vamos esperar pelo clima”, acrescentou.

O levantamento estima que a área plantada total no país seja de 72,9 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 4,4% na comparação com a safra 2020/21. “Os maiores incrementos de área são observados na soja, com 4,1%, ou 1,6 milhão de hectares, e no milho, com 6,5%, ou 1,3 milhão de hectares”, detalha a Conab.

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Soja

A soja tem produção prevista de 122,4 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 11,4% em relação à safra anterior. “As boas precipitações ocorridas em praticamente todo o país ajudaram na recuperação de uma pequena parcela de lavouras semeadas tardiamente na região Sul e em Mato Grosso do Sul, mas não reverteram o quadro de queda da produtividade, já anunciado em levantamentos anteriores”, informa o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio de Zen.

Os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul são os mais atingidos pelo recente déficit hídrico. A Conab acrescenta que a maioria dos outros estados conseguiu “produtividades superiores às obtidas na última safra, com destaque para o Piauí, com rendimento positivo de 12,7%”.

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Segundo a Conab, a queda na produção do país foi amenizada principalmente pelo aumento de 4,1% na área semeada, alcançando 40,8 milhões de hectares nesta safra.

Milho

Já a produção estimada de milho é de 115,6 milhões de toneladas, número 32,7% maior do que o registrado no ciclo anterior. De acordo com a companhia, a colheita da primeira safra do cereal “está adiantada, na segunda predomina a fase de desenvolvimento e a terceira safra inicia o plantio a partir da segunda semana de abril”.

A Conab acrescenta que, apesar do aumento no volume total, é importante registrar a forte queda de 20,4% na produtividade da região Sul durante a primeira safra, fato que, segundo a entidade, “causou uma redução de até 15,6% na produção naquela região”.

“Isso é explicado por um severo déficit hídrico, causado pela ausência de chuvas no Sul do país no fim de 2021 e início de 2022”, diz a superintendente de Informações da Agropecuária, Candice Santos.

“Por outro lado, cabe apontar que a companhia projeta um aumento de 36,3% na produtividade do milho ao longo da segunda safra, dado que permitirá uma produção de 88,5 milhões de toneladas do cereal no segundo ciclo”, acrescenta.

Algodão, arroz e feijão

No caso de algumas outras culturas, como o algodão, as condições climáticas têm favorecido o desenvolvimento, aliadas ao ganho de área, “o que deve resultar numa produção de 2,83 milhões de toneladas da pluma, 19,9% superior à da safra passada”.

Para o feijão a previsão é de uma safra de 3,1 milhões de toneladas, resultado 7,6% acima do registrado na safra anterior. “A primeira safra da leguminosa está com a colheita encerrada, a segunda está em andamento e a terceira safra com o plantio ocorrendo a partir de meados de abril”, detalha a Conab.

A produção estimada de arroz está estimada em 10,5 milhões de toneladas (10,5% inferior ao volume da safra passada). Desse total, 9,7 milhões de toneladas têm como origem o cultivo irrigado e 0,8 milhão de toneladas o plantio de sequeiro.

Nas culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada trigo e triticale), a semeadura ainda é incipiente e deve chegar à produção de 7,9 milhões de toneladas no caso do trigo.

Mercado

O levantamento de abril manteve a estimativa para 2022 das exportações de algodão em 2,05 milhões de toneladas, de arroz em 1,3 milhão de toneladas e de feijão em 200 mil toneladas.

“Para o trigo, considerando que a previsão de volume exportado entre agosto de 2021 e março de 2022 já supera 2,8 milhões de toneladas, é esperado um aumento no período correspondente ao ano comercial que vai até julho. Diante disso, a estimativa é que sejam exportados 3 milhões de toneladas. Confirmado esse número, será o recorde da série histórica para o trigo”, informou, em nota, a Conab.

No caso da soja, houve redução no volume estimado de exportações, que passou de 80,16 milhões de toneladas para 77 milhões de toneladas. A companhia explica que essa redução foi motivada por um “maior direcionamento para a produção e exportação de óleo, em detrimento do grão”.

No caso do milho, as vendas externas devem aumentar em 2 milhões de toneladas e atingir a marca de 37 milhões de toneladas. Esse aumento está provavelmente relacionado à demanda internacional aquecida. Com isso a estimativa é de uma “elevação de 77,8% das exportações do grão na safra 2022, compreendida entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023”, detalha o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.

Com relação aos estoques finais esperados para as principais commodities brasileiras, o superintendente confirma que, no caso do milho, as alterações “não foram significativas”, sendo o estoque de passagem para a safra 2021/22 previsto em 10,84 milhões de toneladas, aumento de 5,16% em relação ao último levantamento e de 40,61% em relação à safra 2020/21, em consequência da perspectiva de recuperação da segunda safra.

Para a soja em grãos, a expectativa é que o estoque no fim deste ano seja de 2,5 milhões de toneladas – praticamente em estabilidade em relação ao último levantamento.

A Conab informa que, em relação aos preços médios mensais dos produtos nas principais praças, foi observada, na comparação entre fevereiro e janeiro, redução de 0,3% no preço do milho no Paraná.

Por outro lado, houve elevação de 2,4% no preço do feijão-preto no Paraná; de 0,3% no do algodão em Mato Grosso; de 8,8% no do arroz no Rio Grande do Sul; de 7,6% no do feijão cores em São Paulo; de 4% no do milho em Mato Grosso; de 10,4% no do trigo no Paraná; e de 3,3% e 3,2% no preço da soja nos estados de Mato Grosso e do Paraná, respectivamente.

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