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Valor da entrada de imóvel financiado na Caixa fica mais caro a partir de hoje

Para imóvel de R$ 500 mil, o comprador vai ter que pagar à vista R$ 250 mil. Veja simulação

Economia|Joyce Carla, do R7

Entrada de financiamento de usados será metade do valor da casa
Entrada de financiamento de usados será metade do valor da casa Entrada de financiamento de usados será metade do valor da casa

Quem quiser comprar um imóvel usado com financiamento da Caixa Econômica Federal vai ter que dar uma entrada maior — de pelo menos metade do valor, em alguns casos — a partir desta segunda-feira (4).

Isso porque o banco decidiu focar no financiamento de imóveis novos, com destaque para habitação popular, como os que usam recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) ou os do programa Minha Casa Minha Vida.

Com isso, quem precisar de um financiamento que utiliza recursos da poupança vai ter que pagar uma entrada mais pesada (veja simulação abaixo).

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Entenda como o financiamento do imóvel usado é afetado pela poupança

Até a última quinta-feira (30), último dia útil antes de a mudança ser anunciada, o percentual máximo a ser financiado pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação) era de 80% do valor do imóvel. A partir desta segunda, esse percentual caiu para 50%.

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O diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira, afirma que vai ficar mais difícil comprar um imóvel usado.

— Diferentemente de uma TV ou outros bens mais baratos, que as pessoas conseguem economizar e pagar à vista, sem crédito, não dá para comprar um imóvel.

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De acordo com o economista-chefe do Secovi-SP (sindicato da habitação), Celso Petrucci, essa é mais uma notícia ruim para o mercado imobiliário no Brasil. Ele lembra que a Caixa já aumentou duas vezes neste ano os juros dos financiamentos de imóveis.

— Há um dado importante que mostra como isso vai dificultar o financiamento no País. Em 2014, o percentual médio de entrada de todos os financiamentos de imóveis que foram feitos no Brasil foi de 35% do valor dos imóveis. Agora a Caixa quer cobrar 50%. Muitas pessoas não terão condições de arcar com esse valor.

Petrucci afirma ainda que o financiamento de imóveis usados sempre foi maior do que o de novos e que, em geral, a compra de um novo está atrelada à venda de um usado para haver a troca.

— Uma família que vai comprar um imóvel novo, geralmente usa o imóvel que já possui para dar entrada no outro. Além disso, nem todos que iam comprar um usado poderão comprar o novo.

O presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, concorda com Petrucci e diz que a medida da Caixa é prejudicial e terá impacto na venda dos novos, que dependem da venda dos usados.

— O impacto no mercado será imediato. Muitos negócios que estão em vias de serem fechados não vão mais acontecer, porque os compradores não terão o dinheiro necessário para dar uma entrada que é metade do valor do imóvel.

Tendência

Tanto Oliveira como Viana Neto imaginam que, em um primeiro momento, os consumidores podem procurar outros bancos para tentar o financiamento de imóveis usados. Porém, Oliveira lembra que eles têm taxas de juros maiores, e Viana Neto explica que os outros bancos também não têm um faturamento grande com a poupança e que podem seguir a Caixa e dificultar o financiamento.

“Os próximos dias será um período de incerteza. Não dá para fazer previsão, mas os bancos podem aumentar os juros ou também aumentar a parcela de entrada do financiamento”, explica o presidente do Creci-SP.

Mercado

Os especialistas em mercado imobiliário ainda apontam o atual cenário para justificar o pessimismo com a mudança na regra da Caixa. Segundo o economista-chefe do Secovi-SP, “o mercado já não vem bem, o desemprego está aumentando e o salário dos trabalhadores diminuindo”.

— Este ano será de ajuste. O mercado vai se dedicar a vender os lançamentos que já estão em construção para diminuir o estoque atual. Precisamos equilibrar a oferta e a demanda. Com isso, haverá menos lançamentos neste ano.

Para o Creci-SP, “o resultado ruim é inevitável, e a retração imobiliária terá reflexo em toda a economia, tanto na construção civil como no mercado de compra e venda”.

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