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Câmara aprova PNE com obrigação da União de arcar com gastos da Educação

Texto também mantém Fies e ProUni nos 10% do PIB para a educação

Educação|Carolina Martins, do R7, em Brasília

Câmara aprova PNE com metas para Educação até 2024
Câmara aprova PNE com metas para Educação até 2024 Câmara aprova PNE com metas para Educação até 2024

A Câmara dos Deputados concluiu, nesta terça-feira (3), a votação do PNE (Plano Nacional de Educação) e manteve no texto o direcionamento de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para Educação.

No entanto, o texto permite que os recursos sejam usados em programas que revertem o dinheiro para instituições privadas, como o Fies (Financiamento Estudantil), o ProUni (Programa Universidade para Todos) e o Ciências Sem Fronteiras.

Alguns partidos, como o PSB, defendiam que os 10% do PIB fossem investidos apenas na rede pública de ensino. No entanto, o governo saiu vitorioso e garantiu que o dinheiro também possa ser utilizado para financiar os programas que apoiam estudantes em universidades particulares.

Outro trecho polêmico que gerou discussão e foi mantido é o que obriga a União a se responsabilizar pelo custo de cada aluno matriculado na rede pública, caso os Estados e os municípios não consigam cumprir as metas de educação de qualidade.

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Pela Constituição, os governos estaduais e as prefeituras são os responsáveis pela Educação Básica. Mas, o PNE aprovado estabelece que, se as unidades da federação não conseguirem manter o CAQ (Custo Aluno Qualidade), a União é obrigada a complementar o investimento e repassar o dinheiro para Estados e municípios.

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O PMDB apresentou um destaque para modificar o texto básico e retirar a obrigação da União de manter o CAQ. O deputado Gastão Vieira (PMDB-BA) avalia que o texto cria uma responsabilidade fiscal para o governo federal sem prever a fonte dos recursos.

— Estamos criando um problema fiscal enorme para o governo. Eu não posso, regimentalmente, retirar o meu destaque, mas eu estou em paz com a minha consciência de ter feito alerta a todos os senhores do perigo de aprovar uma medida que não foi suficientemente discutida.

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Mesmo sendo contra o CAQ, Gastão Vieira cedeu ao apelo do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e abriu mão de discutir o destaque. O pedido foi feito para acelerar a votação, permitindo uma votação simbólica pela rejeição da emenda.

O PSOL comemerou a manutenção do CAQ, mas avaliou que a vitória não foi completa porque o dinheiro do PIB será revertido para rede privada. Segundo o líder do partido, Ivan Valente (SP), a educação de qualidade vai ficar prejudicada.

— O CAQ vai estar prejudicado porque não votamos o 10% do PIB exclusivo na rede pública.

Metas para 10 anos

O plano aprovado estabelece metas para melhorar a qualidade da educação no Brasil e serem cumpridas durante os próximos 10 anos.

Entre os objetivos, está garantir, até 2024, vagas em escolas púbicas para todas as crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos. Além disso, o texto estabelece que os governantes devem trabalhar para ampliar a oferta de ensino integral.

Outra meta, que foi bastante reivindicada por especialistas e organizações da sociedade civil e está presente no PNE, é a valorização da carreira de professor. De acordo com o texto, até 2024 o governo deve equiparar os salários dos magistrados com os dos outros profissionais que tenham o mesmo grau de especialização.

O texto do PNE já passou pelo Senado. Com a aprovação na Câmara, ele segue direto para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

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