Com 24h para sair da Alesp, alunos buscam apoio para CPI

Estudantes ocuparam plenário da Assembleia e querem apuração sobre denúncias de desvio

06/05/2016 - 07h59 (Atualizado em 23/02/2024 - 15h12)

Depois de serem notificados a deixar o prédio da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) em até 24 horas, sob pena de multa de R$ 30 mil para cada ocupante, os secundaristas montaram uma força-tarefa para pressionar os deputados a assinar a instalação de CPI para investigar os desvios de recursos da merenda. Eles têm 25 das 32 assinaturas necessárias para a abertura da CPI.

"Estamos chamando os deputados para virem até a nossa ocupação e conversar com a gente. Queremos que nos respondam por que não querem a investigação e muitos estão aceitando esse diálogo. Essas 24 horas serão muito importantes", disse Flávia Oliveira, presidente da UEE (União Estadual dos Estudantes) de São Paulo.

Segundo ela, os estudantes estão apostando nas bancadas em que alguns deputados já manifestaram apoio ao movimento, como PV, PHS e PSB. Na manhã de quinta-feira (5) o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Sergio Serrano Nunes Filho, acatou o pedido da presidência da Alesp para a desocupação do prédio. Os alunos foram notificados da decisão às 16h45 de ontem e, por isso, têm até o fim da tarde de hoje para deixar o local.

Estudantes fazem "vaquinha" para arrecadar dinheiro de multa por ocupação da Alesp

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Caso não saiam voluntariamente, os manifestantes estão sujeitos a multa. No entanto, a reintegração de posse só poderá ser expedida depois de uma audiência de conciliação. "Não vamos desistir da luta, ficamos aqui até o último minuto lutando pela instauração da CPI. Os ladrões da merenda têm de ser punidos", disse Henrique Domingues, presidente do Diretório Central dos Estudantes das Fatecs.

Os alunos invadiram o plenário da Assembleia na noite de terça (3). No primeiro dia da ocupação, o presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), chegou a impedir a entrada de alimentos para os manifestantes, na tentativa de cansá-los. No entanto, ontem, os estudantes já estavam recebendo alimentos, visitas de deputados da oposição do governo estadual e até mesmo de entidades, como a da presidente da Apeoesp, principal sindicato dos professores, Maria Izabel Noronha.

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Resistência

Quando foram notificados da desocupação, os alunos gritaram frases de resistência. Eles criaram uma "vaquinha online", ironizando o valor da multa que terão de pagar caso não saiam do prédio.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após mais de uma semana de ocupação, estudantes são retirados do Centro Paula Souza:

Os estudantes que ocupavam o Centro Paula Souza, na região da Luz, no centro de São Paulo, foram retirados do prédio na manhã desta sexta-feira (6)

A ação começou por volta das 6h. Todo o quarteirão do prédio foi isolado e um pouco antes das 7h PMs entraram no prédio e começaram a retirada dos estudantes. Policiais da Força Tática também foram para a região. A operação durou cerca de dez minutos

Antes da reintegração, do lado de fora, estudantes cantaram e dançaram na frente dos policiais. Os jovens gritaram frases de apoio ao movimento. "Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga não atiça o formigueiro" e "Não tem arrego. Você tira a minha merenda, e eu tiro o seu sossego" foram algumas das palavras de ordem

A PM não usou balas de borracha ou bombas de gás para retirar os alunos. De acordo com o delegado que acompanhou a ação, os jovens estavam tranquilos

Ainda segundo o delegado, a retirada dos estudantes foi pacífica. No entanto, diversos alunos foram arrastados para a rua por PMs

Não há registro de estudantes feridos ou detidos na ação de reintegração

Porém, ao menos um fotógrafo ficou machucado. Segundo o profissional, ele foi atingido por um golpe de cassetete no rosto

Na quinta-feira (5), o governo reverteu a decisão judicial que determinava que a reintegração de posse do prédio só poderia ocorrer com a presença do Secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, além de impedir o uso de arma letal ou não letal da polícia

Ontem, o desembargador Rubens Rihil, da 1° Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, afirmou que "fica o comandante da operação responsável pelo cumprimento da medida. Caberá exclusivamente a ele analisar a conveniência ou não do uso da força e dos recursos necessários". Rihil atenta ao fato de que "deve preservar o patrimônio e a integridade física dos envolvidos"

Após a saída do prédio, alguns alunos iniciaram um protesto na avenida Tiradentes e foram até a Fatec. A área estava cercada por policiais e o grupo não conseguiu ocupar o espaço. Houve um princípio de tumulto e os estudantes permanecem no local

Os estudantes que ocupavam o Centro Paula Souza, na região da Luz, no centro de São Paulo, foram retirados do prédio na manhã desta sexta-feira (6)