Índice de formandos no ensino superior cai pela primeira vez em dez anos
Apesar do resultado, governo está otimista e acredita que os números vão melhorar
Educação|Carolina Martins, do R7, em Brasília
O número de matrículas no ensino superior cresceu 3,8% em 2013 no Brasil, mas quantidade de alunos que concluíram o curso de graduação caiu. De acordo com o Censo da Educação Superior, divulgado nesta terça-feira (9), entre 2012 e 2013 houve uma redução de 5,7% no número de estudantes que se formaram.
Essa é a primeira queda nos últimos 10 anos. Para o ministro da Educação, Henrique Paim, essa diferença deve ser analisada com cautela. Segundo ele, há vários fatores que podem influenciar a trajetória do aluno durante o curso superior e todos eles precisam ser levados em conta.
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— Tem uma série de questões a serem consideradas, como o perfil dos estudantes que ingressam, por exemplo. Temos muitos que são trabalhadores, então é natural que eles permaneçam mais tempo no ensino superior. Temos que analisar com cuidado.
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O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Francisco Soares, também pondera o resultado. Para ele, é preciso considerar que a expansão do ensino superior nos últimos anos foi significativa e foram criados alguns cursos novos, que ainda não têm nenhum formando.
— O crescimento do sistema dos últimos anos foi muito grande. Há muitos cursos que ainda estão em seu início, tiveram seus ingressantes e ainda não têm seus concluintes.
Ensino à distância
Quando se considera o número de formandos na categoria de ensino à distância a queda é ainda maior. Entre 2012 e 2013 houve uma redução de 50% no índice de estudantes que terminaram os cursos não presenciais.
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De acordo com o Ministério da Educação, isso ocorre porque muitos cursos de ensino à distância são oferecidos por instituições particulares e, após a conclusão de uma turma, não são abertas novas vagas.
Na avaliação do governo, a redução do número de formados é justificável pelo fechamento de alguns cursos. No entanto, no quadro geral, o ministro Paim está otimista.
— Tenho certeza que esse ritmo de crescimento dos concluintes vai melhorar no próximo censo.