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Setembro amarelo: como anda a saúde mental dos estudantes

Rotina intensa de estudos, poucas horas de sono e irritabilidade são fatores que atrapalham o bem estar, avaliam especialistas

Educação|Alex Gonçalves, do R7*

Gabriela Lemos de Araújo, 22 anos
Gabriela Lemos de Araújo, 22 anos Gabriela Lemos de Araújo, 22 anos

Gabriela Lemos de Araújo, 22 anos é estudante do 8º semestre no curso de engenharia de produção na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), com uma rotina intensa de estudos e uma vida profissional puxada, veio o diagnóstico de ansiedade e a Síndrome de Burnout.

A estudante conta que o primeiro ano na faculdade foi muito difícil. "Nos dias de provas, eu tinha crises de ansiedade, pânico e até choros. Eu até sabia fazer a prova, mas o nervosismo era muito grande", conta a jovem que também sentia dores psicossomáticas.

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Gabriela apresentou sintomas da Sindrome de Burnout entre o 5º e 6º semestre da faculdade, no mesmo período em que já realizava acompanhamento médico. "Meu período de sono reduziu para 4 horas, isso afetava meu estado de humor e apetite, além de sintomas físicos", explica. — Isso foi um alerta do meu corpo para demostrar que algo estava de errado com meu emocional.

Na pandemia os sintomas relacionados a saúde mental da estudante se potencializaram, declinando o processo de aprendizagem e afetando as relações interpessoais entre amigos e família. "A pressão continuou mesmo com a falsa sensação de ter mais tempo para realização das tarefas. No fim do dia, eu sempre ficava com o sentimento de que podia ter feito melhor e não fiz", desabafa. "O ensino remoto possui suas vantagens, mas eu acredito que as desvantagens sejam bem maiores, além das questões sociais e isso atrapalha muito a saúde mental", diz.

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Com o acompanhamento psicológico e psiquiátrico a estudante consegue lidar com as adversidades ao longo do dia. E faz um alerta: "procurem ajuda se estão sentindo que as coisas saem do controle, o autoconhecimento é uma das formas que ajuda a lidar com os fatores comportamentais, principalmente nesta pandemia".

Síndrome de Burnout em estudantes

Segundo a psicóloga Mayra Temperine do SAP (Serviço de Atendimento Psicológico) do Curso Anglo é importante destacar que — Burnout não é uma doença. Para que seja classificada como doença é necessário que siga alguns critérios: identificação inequívoca da causa, sintomatologia específica e identificação de alterações específicas no organismo.

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O Burnout se configura por meio de sensação de exaustão, elevação do distanciamento mental e sentimentos de negativismo. Para a especialista a atual crise sanitária revelou principalmente para jovens estudantes a cobrança por mais produtividade e rendimento com o plano de estudos. "Alguns alunos passam muitas horas estudando e isso traz uma sobrecarga emocional, que pode ou não estar associada ao Burnout", comenta. "É preciso buscar ajuda de um profissional da área da saúde para um diagnóstico efetivo", destaca.

Saúde Mental

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o conceito de saúde é muito amplo e não está ligado somente apenas em não estar doente, mas a um completo estado de bem-estar físico, mental e social.

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Alcione Marques diretora da NeuroConecte é psicopedagoga com aprimoramento em reabilitação cognitiva pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e pós-graduanda em neurociência do comportamento na PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) explica que o autoconhecimento é uma etapa importante.

"A pessoa precisa identificar os sintomas de uma saúde mental fragilizada como acordar desmotivado, ficar recluso, irritabilidade, problemas com a memória, medo de críticas, insônias, são alguns pontos", destaca. Vale lembrar que a busca de um profissional médico irá trazer um diagnóstico assertivo e melhora na qualidade de vida.

O psicólogo clínico Eduardo Lopes, formado pela PUC-SP, enfatiza o papel das instituições de ensino para promoção de saúde. "No ambiente escolar existem muitos desafios que os estudantes passam a enfrentar através das interações que são inevitáveis e é por isso que existe a necessidade de promoção em saúde escolar", diz.

Segundo Eduardo, a criação de estratégias no âmbito educacional irá auxiliar em como entender o comportamento humano e a identificar fatores relacionados a algum transtorno emocional. “São iniciativas possam promover a prevenção e promoção de boas práticas para que todos tenham uma vida de melhor qualidade", explica.

Para ajudar no processo de informação e conscientização sobre o tema, o Curso Anglo irá realizar duas lives gratuitas no Youtube. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas através da página do Anglo.

A primeira live ocorre na nesta segunda-feira (20) às 17h e irá abordar o tema sob a perspectiva da psiquiatria com a participação da Dra. Thais Muriel Marin. A segunda acontece no dia 27 de setembro, no mesmo horário, e terá a participação da especialista Bruna Graciano para falar sobre a síndrome na perspectiva da educação física.

Serviço

Dia: 20 de setembro

Horário: 17h

Tema: Burnout sob a perspectiva da psiquiatria

Convidado: Dr. Thais Muriel Marin

Dia: 27 de setembro

Horário: 17h

Tema: Burnout sob a perspectiva da educação física

Convidado: Bruna Graciano

*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder

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