O Conselho USP (Universitário da Universidade de São Paulo) aprovou, na noite desta terça-feira (4), a implementação de cotas de 50% para estudantes de escolas públicas até o ano de 2021. É a primeira vez que a universidade prevê uma reserva de vagas geral nas graduações.
O Conselho, instância máxima da universidade, ainda discute como esse porcentual será atingido e se haverá escalonamento da meta ao longo dos anos.
A USP é a última a aderir às cotas entre as estaduais — Unicamp aprovou reserva de vagas em maio deste ano e a Unesp, em 2013. Já o ensino superior federal usa cotas desde 2012.
Histórico
Uma das primeiras tentativas da USP de aumentar a inclusão foi há dez anos, com o início do bônus no vestibular para alunos da rede pública. A bonificação passou por ajustes ao longo dos anos, como conceder mais pontos para candidatos autodeclarados PPI.
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Desde 2016, a universidade adotou outra estratégia de inclusão. A reitoria passou a usar a Fuvest, vestibular tradicional da instituição, e o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como métodos de ingresso na USP. A nota do Enem servia para o aluno tentar vaga pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada) — plataforma digital que reúne vagas no ensino superior público. Coube a cada faculdade decidir se reservaria, no Sisu, vagas para alunos da rede pública e para pretos, pardos e indígenas.