Apenas 3 dos 39 senadores candidatos se licenciaram do cargo
Parlamentares não precisam se licenciar, mas passam a dividir campanhas com agenda pública
Eleições 2014|Rodolfo Borges, do R7
Dos 39 senadores que concorrem a cargos públicos nas eleições deste ano, apenas três estão licenciados do Senado, segundo levantamento do R7. Dois deles são candidatos a governos estaduais — Armando Monteiro (PTB-PE) concorre ao governo de Pernambuco e Eduardo Amorim (PSC-SE) disputa o governo de Sergipe — e o terceiro, Alvaro Dias (PSDB-PR), concorre à reeleição.
Os senadores não são obrigados a se licenciar dos cargos para concorrer, mas, durante o período de campanha, têm de tomar cuidado para não misturar o ofício de parlamentar com a campanha quando estão no Congresso Nacional.
Líder das pesquisas de intenção de voto em Pernambuco, Armando Monteiro preferiu deixar o suplente Douglas Cintra em seu lugar durante a campanha.
— Me licenciei porque não me sentiria bem de ficar fazendo uma espécie de meio expediente. Acho que tem de se dedicar [à campanha], como eu me dedicava no Senado. Na hora de dividir, achei que não era próprio.
Na disputa por governos, senadores lideram em um terço dos Estados
Ao anunciar a licença, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) manifestou pensamento similar. Segundo ele, sua “ausência para a campanha não comprometerá o quórum no Senado, nem a participação da oposição nas votações”, já que, durante o processo eleitoral, seu lugar será ocupado pelo professor Wilson Matos.
Sem prejuízo
Já para a senadora Ana Amélia (PP-RS), que lidera as pesquisas ao governo do Rio Grande do Sul, é possível tocar a campanha sem prejudicar o trabalho de parlamentar. A senadora diz que suspende as atividades eleitorais sempre que há uma sessão deliberativa no Senado.
Ana Amélia interrompeu a agenda de campanha pela última vez no dia 19 deste mês, para prestar homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente de avião na semana anterior. Segundo ela, “mesmo os [senadores] não candidatos estão envolvidos nos seus respectivos Estados”.
Candidato à Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) também optou por permanecer no cargo durante a campanha, mas prometeu devolver o dinheiro do salário dos meses em que se dividir entre Parlamento e eleição. Quando anunciou a decisão de permanecer no cargo, Aécio destacou que a oposição representa "apenas 17% do Senado" e que, se ele saísse, acabaria estimulando seus "colegas que são candidatos a fazer o mesmo”.