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Apesar de derrota nas urnas, PSDB sai fortalecido de eleições e deve fazer oposição mais forte

Legenda terá 54 deputados federais e dez senadores na próxima legislatura

Eleições 2014|Bruno Lima, do R7, em Brasília

Volta de José Serra e Tasso Jereissati ao Senado dá força à oposição nos próximos quatro anos
Volta de José Serra e Tasso Jereissati ao Senado dá força à oposição nos próximos quatro anos Volta de José Serra e Tasso Jereissati ao Senado dá força à oposição nos próximos quatro anos

A candidata do PT Dilma Rousseff foi reeleita presidente da República neste domingo (26) para um mandato de mais quatro anos. Apesar da derrota na corrida presidencial, o PSDB, de Aécio Neves, sai fortalecido da disputa e deve fazer oposição mais forte ao segundo mandato da petista.

O partido foi um dos que mais cresceram na Câmara dos Deputados nestas eleições. A legenda iniciará a próxima legislatura com 54 representantes. A bancada atual é composta por 44 parlamentares. O crescimento foi de 22,7%.

No Senado, o PSDB perdeu duas cadeiras. Em 2015, serão dez senadores. A bancada atual é formada por 12 tucanos. Apesar disso, o professor de ciência política da UnB (Universidade de Brasília) David Fleischer explica que a legenda deve ser mais presente nos próximos quatro anos.

— Nós teremos, por exemplo, o Serra em 2015, que é um senador experiente e um político muito atuante. Ele no Senado realmente vai revigorar a oposição. E tem o Tasso Jereissati que também está voltando para o Senado. Isso reforça a bancada do PSDB na casa.

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Oposição mais forte

Para Fleischer, caberá mais uma vez ao PSDB liderar a oposição. O partido deve se articular para conseguir apoio de partidos da base de Dilma insatisfeitos com o atual governo, como por exemplo parte do PMDB e do PR. Antes de o PT confirmar a candidatura de Dilma, em maio deste ano, deputados do PR lançaram o coro "Volta, Lula" e chegaram a divulgar um manifesto de apoio ao retorno do ex-presidente.

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Em setembro de 2013, o PSB, aliado histórico do PT, deixou o governo e apoiou a candidatura de Aécio Neves ao Planalto. O PMDB também mostrou sinais de que a aliança com o governo pode estar perto do fim. Durante a convenção nacional do partido, antes das eleições, grande parte da legenda defendeu a ruptura com o PT. 

Fleischer cita ainda a relação do líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, com o vice-presidente Michel Temer. Segundo Fleischer, Cunha pode liderar dissidentes do partido em favor próprio e acelerar o desgaste da relação PMDB-PT. 

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— Tudo indica que Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara, quer ser o presidente da Câmara e com o apoio do PSDB e dos outros partidos talvez ele consiga se eleger, apesar de o PT ter maior bancada da Câmara.

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Liderança no Senado 

Para o cientista político Alexandre Gouveia, Aécio Neves se tornou mais conhecido após a campanha presidencial e ganhou mais destaque no cenário nacional. Gouveia acredita que o ex-governador de Minas Gerais fará críticas mais duras ao governo de Dilma no Senado por ter ganhado mais confiança.

— Essa eleição coloca o PSDB como um grande ator, assim como foi em eleições passadas, mas essa foi mais acirrada. Eu acho que a presença de ex-presidenciáveis no Senado, até pelo próprio papel do Senado de fiscalizar o Executivo, trará mais força à oposição.

De acordo com Gouveia, a proposta de Dilma Rousseff de promover a reforma política será uma queda de braço com o Congresso Nacional e deve se tornar um dos principais desafios no segundo mandato da petista. Gouveia também avalia que a saída de nomes de peso do PT no Congresso, como o de Eduardo Suplicy, abre espaço para a atuação tucana no parlamento. 

— Nós temos uma queda da representatividade do PT dentro do Congresso, aumentaram as bancadas de oposição e nós temos um ciclo de mais quatro anos onde não se tem em um primeiro momento uma grande possibilidade de existência de liderança que venha se sobrepor ao PSDB reforçado.

Retorno à Câmara

A próxima legislatura contará com a maior bancada do PSDB na Câmara dos Deputados desde que a legenda deixou a Presidência da República, com a saída de Fernando Henrique Cardoso, em 2002. Naquele ano, o partido elegeu 70 deputados. Quatro anos depois, durante o segundo mandato de Lula, a bancada na Câmara diminuiu para 66. Em 2010, quando Dilma Rousseff ganhou a disputa presidencial, 53 deputados tucanos foram eleitos.

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