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Eleições 2014

Torturado na ditadura, Pimentel foi prefeito de BH e ministro de Dilma

Economista foi prefeito de BH e ministro da Indústria do Governo Dilma

Minas Gerais|Do R7

PT chega pela primeira vez ao comando do Governo de Minas
PT chega pela primeira vez ao comando do Governo de Minas

Eleito governador de Minas neste domingo (5), o economista Fernando Pimentel, de 63 anos, leva o PT pela primeira vez a assumir o mais alto posto do executivo mineiro.

Pimentel tem o desafio de governar o estado com mais municípios do Brasil - 853 -, maior malha viária - 36.000 km - e segunda maior população do País - 20,7 milhões de habitantes.

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É somente a terceira vez desde a redemocratização, em 1985, que um governador do PT assume um Estado do Sudeste. Antes de Pimentel, somente os petistas capixaba Vitor Buiaz (1995-1999) e a carioca Benedita da Silva (2002-2003) assumiram o executivo.


Também é a primeira vez que um perseguido pela ditadura assume o posto de Governador de Minas. A atuação política de Pimentel começou após o golpe civil-militar, em 1967, no movimento estudantil. Em 1970, foi preso no Rio Grande do Sul, onde foi torturado e ficou por nove meses em uma cela sem janela, até ser transferido para Juiz de Fora, onde cumpriu pena por dois anos. Os últimos seis meses de prisão foram cumpridos no DOPS, em Belo Horizonte. Nos anos 1980, ajudou a fundar o PT.

Formado em economia na PUC Minas, foi presidente do Conselho Regional de Economia até assumir a Secretaria da Fazenda na administração Patrus Ananias (PT), na prefeitura de Belo Horizonte, de 1993 a 1996. Foi secretário de Governo, Planejamento e Coordenação Geral do prefeito Célio de Castro, de 1997 a 2000, e candidato a vice-prefeito na chapa de Castro. Com o afastamento por motivos de doença, assumiu a prefeitura de BH e foi reeleito em 2005 com 68,5% dos votos válidos.


Entre 2011 e fevereiro deste ano, foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior da presidente Dilma Rousseff.

Polêmicas


Pimentel foi acusado pela Procuradoria Geral da República de desviar R$ 5 milhões quando era prefeito de BH, em 2004. A denúncia, de 2012, afirma que ele firmou convênio com a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) para instalação das câmeras de monitoramento do sistema Olho Vivo sem licitação. Parte do recurso também teria sido usada para quitar dívidas do INSS. O petista nega a acusação. O processo, que passou pelo STF (Supremo Tribunal Federal), retornou à primeira instância em Minas, onde Pimentel teve pedido para trancamento negado.

Um dos principais interlocutores da presidente Dilma Rousseff, Pimentel manteve empresa de consultoria ao sair da prefeitura que faturou R$ 2 milhões entre 2009 e 2010, sobrando seu patrimônio. Acusado de tráfico de influência, sempre negou irregularidades nos contratos e afirma que quando assumiu o ministério já não respondia pela empresa.

Principais propostas

Entre as promessas de campanha, Pimentel destaca a descentralização da estrutura administrativa do Estado, o pagamento do piso nacional aos professores, o investimento de 25% da arrecadação em educação, a construção de nove hospitais regionais e 77 centros de especialidades, a construção do gasoduto do Triângulo sem privatização da Gasmig e a simplificação tributária, além da redução do ICMS na conta de luz.

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