Excluída do primeiro debate da corrida à Prefeitura de São Paulo, a candidata do PSOL, Luiza Erundina, adotou uma estratégia inusitada. Passou a comentar, do lado de fora do estúdio da TV Bandeirantes, as perguntas feitas aos outros candidatos no ar.
Com transmissão pela internet, a deputada falou, por exemplo, sobre como melhorar a economia e o emprego na cidade. “Eles prometem solução para problemas sem dizer de onde eles vão tirar os recursos. Não se tocou na queda de arrecadação. Estão declarando intenções sem ter uma base objetiva sobre como vão responder a esses problemas.”
Ela destacou que os adversários não tocaram na necessidade da participação da sociedade civil na gestão. “Parece que vão eles mesmos resolver todos os problemas da cidade. Sem nenhuma referência às políticas federais.”
Pela internet, Erundina também atacou a candidata do PMDB Marta Suplicy: “Se ela se julga uma feminista, não dá para entender ela ter impedido, ter censurado a participação de uma mulher do debate”
Na rua, um grupo de cerca de 100 pessoas protestou contra a ausência da deputada.
Empunhando bandeiras e gritando palavras de ordem, o grupo questionou a nova lei eleitoral, que determina a obrigatoriedade da participação em debates na TV apenas para candidatos de partidos com mais de nove representantes na Câmara. Por volta das 19h30, um carro de som chegou para apoiar o ato.
Ao menos 15 manifestantes que empunhavam bandeiras do candidato João Doria (PSDB) foram expulsos da porta da emissora por apoiadores do PSOL
A reportagem encontrou um grupo de ao menos 30 pessoas que teria vindo de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, para apoiar o ato. Porém, cinco delas afirmaram que não sabiam o que estavam fazendo ali. O organizador da caravana preferiu não dar entrevista, mas afirmou que não faz parte do PSOL.