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PT encolhe e se isola com a menor quantidade de candidaturas a prefeito das duas últimas décadas

Partido lançou 991 candidatos para 2016, cerca de 44% a menos do que na última eleição

Eleições 2016|

Sede Nacional do PT em São Paulo. Número de candidaturas caiu
Sede Nacional do PT em São Paulo. Número de candidaturas caiu Sede Nacional do PT em São Paulo. Número de candidaturas caiu

O PT (Partido dos Trabalhadores) ficou menor e mais isolado na campanha eleitoral de 2016. Além de registrar uma forte queda no número de candidatos a prefeito, o partido terá uma proporção maior de chapas “puras”, em que concorre sem se coligar com outras legendas – e, nos casos em que petistas fecharam alianças, o número de parceiros diminuiu.

Reflexo da crise pela qual passa o partido desde que seus principais líderes viraram alvo de protestos de rua e de operações policiais, os fenômenos combinados do encolhimento e do isolamento devem reduzir o número de prefeituras conquistadas.

A base de dados do Tribunal Superior Eleitoral mostra que o PT lançou 991 candidatos a prefeito neste ano, 44% a menos do que na eleição passada e a menor quantidade em duas décadas. O número de candidatos ficou abaixo até da previsão que a direção nacional do PT fez no início de agosto, de disputar 1.135 prefeituras.

Dos grandes partidos, o PT é o que vai disputar mais prefeituras sem fazer coligação com outras legendas. Haverá chapas puras em 224 cidades, quase um quarto do total com candidatos petistas. Em 2012, o partido não teve aliados em apenas 17% dos municípios onde disputou.

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Nas cidades onde fez alianças, o PT terá, em média, 10% a menos de legendas coligadas, em comparação com a disputa anterior. É o único entre os grandes partidos em que se verifica essa tendência – nos demais, o número de parceiros aumentou.

Ruptura

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Parte desse isolamento resulta da ruptura entre PT e PMDB no plano federal. Como a reportagem do Estado de S.Paulo demonstrou na semana passada, o número de alianças entre peemedebistas e petistas, com um ou outro partido na cabeça de chapa ou no cargo de vice, caiu de 495 em 2012 para 200 neste ano – uma redução de cerca de 60%. Com isso, o PT perdeu para o PSDB o posto de aliado preferencial do PMDB na formação de chapas em municípios.

A eleição de 2016 deve reverter a tendência de expansão do PT no âmbito municipal – entre 1988 e 2012, o partido cresceu sem parar, em número de prefeituras conquistadas a cada quatro anos. Manter esse ritmo é quase impossível. Nas duas eleições municipais anteriores, petistas venceram em cerca de um terço das cidades onde o partido lançou candidatos. Com menos nomes lançados em 2016, a taxa de sucesso teria de dobrar para ao menos igualar o número de eleitos há quatro anos.

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Outro indicador da força dos partidos nos municípios é o número de eleitores governados. Também nesse aspecto o PT deve encolher, a menos que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, vença as altas taxas de rejeição apontadas pelas pesquisas e conquiste a reeleição na maior cidade do País.

O número de candidatos petistas será menor neste ano em todos os Estados do País, com exceção do Piauí. Apesar do encolhimento generalizado, o partido lançou mais candidatos em capitais: serão 20, em comparação com os 17 da eleição anterior.

O enfraquecimento do PT nos municípios abre espaço para o PMDB voltar a crescer, depois de encolher por quase três décadas. O PMDB elegeu 38% dos prefeitos do País em 1988. Daquela eleição até 2004, essa porcentagem caiu quatro vezes seguidas, para 34%, 24%, 23% e 19%. Em 2008, houve uma leve recuperação, para 22%, seguida de nova queda em 2012, para 18%.

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