Neste domingo, 2,2 milhões vão às urnas em 610 locais de votação no DF
As forças de segurança puseram 20 mil agentes nas ruas ou de sobreaviso para atuar e garantir a segurança do pleito
Eleições 2022|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
Neste domingo (2), entre 8h e 17h, pouco mais de 2,2 milhões de eleitores aptos a votar sairão de casa para eleger os representantes políticos no Distrito Federal. A população vai escolher um presidente da República entre 11 candidatos, um governador entre 11 concorrentes ao Palácio do Buriti, um senador de 13, oito deputados federais de um universo de 211 pessoas e 24 distritais de um total de 603 com o nome na urna.
Para garantir transporte a quem não tem carro, o Governo do Distrito Federal colocou as linhas de ônibus para rodar de acordo com a tabela de sábado e disse que vai reforçar os itinerários caso haja necessidade. O site DF no Ponto tem as informações de cada linha para quem precisar. Já o Metrô-DF vai funcionar de 7h às 19h, horário de domingo.
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Antes de sair de casa, o eleitor deve conferir se houve alteração do local de votação. É possível checar o endereço no site do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), na sessão de autoatendimento do eleitor, ou pelo aplicativo e-Título.
Não há previsão de mudanças no trânsito, e o dia começa com as vias do DF liberadas, segundo divulgou a Secretaria de Segurança Pública. Apesar disso, a pasta alertou que policiais militares, agentes do Detran, do DER e policiais rodoviários federais podem fazer intervenções para melhorar a fluidez e para garantir a segurança e a continuação do pleito.
"Estaremos durante todo o dia fazendo o monitoramento da Esplanada [dos Ministérios] e, também, das proximidades de locais de votação. Desta forma, qualquer mudança poderá ocorrer para garantia da segurança nesses locais", alertou o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo.
As forças de segurança têm um contingente de 20 mil homens e mulheres. Tirando os que estão de licença ou de férias, a ordem foi pôr todo mundo nas ruas ou de sobreaviso para garantir a segurança do pleito. A Polícia Federal também atua nos locais de votação para coibir crimes eleitorais.
Caminho de indefinições
A corrida eleitoral no DF neste ano foi marcada pela indefinição. A começar pelo nome do candidato a vice que disputaria o pleito na chapa do governador Ibaneis Rocha. Ainda na pré-campanha, o vice-governador, Paco Britto, trabalhava para garantir que continuaria com Ibaneis.
No meio das conversas, porém, Ibaneis fechou acordo com a deputada federal Flávia Arruda (PL) para que ela fosse a candidata da chapa ao Senado. Contudo, o marido de Flávia, o ex-governador José Roberto Arruda (PL) passou a articular a própria candidatura ao Palácio do Buriti enquanto brigava na Justiça pelo direito de se candidatar, o que atrapalhou as conversas entre o governador e a parlamentar.
A possibilidade da presença de Arruda no pleito obrigou Ibaneis a acelerar a formação de uma chapa. Em 13 de julho, o governador se reuniu com vários presidentes de partido e outros apoiadores em um almoço e na noite do mesmo dia anunciou a deputada federal Celina Leão (PP) como candidata a vice e Damares Alves como candidata ao Senado.
Encontro com Bolsonaro
O desenho da chapa de Ibaneis ainda mudaria mais uma vez. Seis dias depois, em 19 de julho, o governador se reuniu com Jair Bolsonaro, Arruda, Flávia e Damares e Arruda concordou em sair para deputado federal. Com o acordo, Ibaneis voltou a apoiar Flávia para o Senado e Damares, em tese, ficaria de fora. Posteriormente, porém, o Republicanos garantiu o lançamento da ex-ministra como candidata avulsa à casa legislativa.
Nome forte na política local, Arruda brigou no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) para disputar as eleições mesmo com duas condenações por improbidade administrativa em segunda instância no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Em 12 de setembro, o TRE-DF decidiu pela elegibilidade de Arruda. Porém, nesta quinta (29), o TSE indeferiu a candidatura do ex-governador.
O segundo nas pesquisas
Outro que trouxe incerteza para o cenário eleitoral foi o senador Reguffe (União Brasil). Em junho, Reguffe aparecia nas pesquisas como o único candidato que fazia frente a Ibaneis para o Palácio do Buriti. Ele articulava com o União Brasil o desenho da chapa e lançou a candidatura em 24 de junho.
Em 12 de julho, porém, fez uma postagem nas redes sociais informando que "forças ocultas" estariam agindo no partido para inviabilizar sua candidatura. A partir daí, Reguffe manteve a possibilidade de desistir do pleito em aberto até a convenção partidária do União Brasil, em 4 de agosto.
No evento, ele discursou como candidato, mas disse que só disputaria o governo se tivesse total liberdade para escolher a chapa, o que não estava acertado. No dia seguinte, o partido desistiu de lançá-lo ao governo.
Saída do PSB
O último a trazer surpresas para o cenário foi o candidato Rafael Parente (PSB). Junto com o ex-governador e candidato a deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB), Parente conversou com o candidato da Federação PT-PV-PCdoB, o distrital Leandro Grass, e até com Reguffe, em busca de uma chapa competitiva. O PSB confirmou a candidatura do cabeça de chapa em 31 de julho, em um evento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Em 25 de agosto, porém, Parente deixou o pleito. A desistência aconteceu em uma solenidade com Leandro Grass. Na ocasião, Parente disse que se unia ao distrital para aumentar as chances de a esquerda derrotar Ibaneis nas urnas.