Abbas condena ataque a Sinagoga em Jerusalém
Netanyahu havia acusado Abbas por atentado e disse que responderá com "punho de ferro"
Internacional|Do R7, com agências internacionais
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, condenou o ataque cometido nesta terça-feira (18) por supostamente dois membros da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), que causou a morte de quatro israelenses em uma sinagoga de Jerusalém Ocidental, e pediu o fim das "provocações de colonos judeus e do governo de Israel".
Em comunicado divulgado através da agência de notícias local Wafa, a presidência palestina ressaltou seu compromisso com a solução dos dois Estados e as medidas estipuladas em Amã (Jordânia) nas últimas semanas para restabelecer a calma em Jerusalém.
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"A presidência palestina condena toda forma ataque que tenha como alvo civis sem importar quem o tenha cometido. A presidência palestina condena o ataque que causou a morte aos que oravam em um dos lugares de reza de Jerusalém", afirmou a nota.
"Pedimos o fim imediato das ações (israelenses) dentro da Mesquita de al-Aqsa (terceira na hierarquia do Islã) e o fim das provocações do gabinete de ministros israelense", acrescentou.
Abbas reiterou que os palestinos estão "comprometidos com uma solução justa cimentada no princípio dos Estados e no respeito aos acordos conseguidos na Jordânia para restabelecer a calma em Jerusalém".
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que responderá "com punho de ferro" ao ataque cometido nesta terça-feira. Em um breve comunicado de imprensa, o chefe do governo israelense havia acusado o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e o movimento islamita Hamas de provocar a agressão.
"Isto é o resultado das provocações lideradas pelo Hamas e Abu Mazen (Abbas), provocações que a comunidade internacional ignora de forma irresponsável", disse Netanyahu antes de iniciar uma reunião com seu conselho de Segurança.
"Responderemos com punho de ferro a este brutal assassinato de judeus que tinham ido rezar e se depararam com deploráveis assassinos", acrescentou o primeiro-ministro israelense.
Pelo menos seis pessoas, entre elas os dois supostos agressores, morreram hoje em um tiroteio em uma sinagoga e yeshiva (seminário rabínico) no bairro ortodoxo de Har Nof, em Jerusalém Ocidental, informou a polícia local.
Segundo a "Estrela de Davi Vermelha", outras oito pessoas ficaram feridas — algumas delas em estado grave — quando dois homens, aparentemente palestinos de Jerusalém Oriental, armados com uma faca, um machado e uma pistola, entraram na sinagoga e atacaram em dois lugares diferentes judeus que rezavam no local, antes de serem atingidos e mortos pela polícia de Israel.
A polícia confirmou a morte de quatro israelenses e a dos dois agressores, e explicou que investiga o que considera ser um ataque terrorista, o segundo mais grave cometido em Jerusalém desde o fim da Segunda Intifada.
Segundo os investigadores, os homens foram identificados como Ghassan Abu Jamal e Odai Abu Jamal, moradores do bairro árabe de Jabal al Mukaber, em Jerusalém Oriental, e que aparentemente trabalhavam na região. Ambos seriam membros da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), organização que aplaudiu a ação.
Em um comunicado, Rabah Muhana, porta-voz do grupo na faixa de Gaza, pediu a Abbas para "pôr fim à cooperação" com Israel e "intensificar a luta armada". Um grupo de pessoas festejou na Faixa de Gaza a notícia do ataque com disparos para o ar.
Os movimentos radicais islâmicos palestinos Hamas e Jihad Islâmica comemoraram o ataque e afirmaram que se trata "da reação natural aos crimes perpetrados pelos ocupantes e os colonos".