Ataque em sinagoga deixa seis mortos em Jerusalém Ocidental
Homens entraram em edifício armados com faca, machado e pistola e atacaram os fiés
Internacional|Do R7
Um ataque em uma sinagoga do bairro de Har Nof, em Jerusalém Ocidental, causou a morte de pelo menos seis pessoas, entre elas os dois supostos autores, informou nesta terça-feira (18) a polícia local.
Segundo fontes médicas, oito pessoas ficaram feridas — algumas delas em estado grave — quando dois homens, aparentemente palestinos de Jerusalém Oriental, entraram na sinagoga armados com uma faca, um machado e uma pistola e atacaram os que estavam rezando, em dois lugares diferentes, antes de serem abatidos pelos policiais.
A polícia confirmou a morte de quatro israelenses e dos dois suspeitos e garantiu que está investigando o que considera um ataque terrorista, o segundo mais grave em Jerusalém desde o fim da Segunda Intifada.
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"Dois terroristas entraram na sinagoga do bairro de Har Nof. Atacaram com um machado, uma faca e uma pistola. Quatro pessoas que estavam rezando morreram. A polícia chegou ao local e matou os terroristas", explicou Luvba Samri, porta-voz da polícia, para a imprensa.
Os movimentos radicais islâmicos palestinos Hamas e Jihad Islâmica aplaudiram a ação e disseram que se trata "da reação natural aos crimes perpetrados pelos ocupantes e os colonos".
Em mensagem divulgada em sua página no Facebook, o porta-voz do Hamas na Cisjordânia, Hussam Badram, vinculou o ataque à morte ontem de um motorista de ônibus palestino, que apareceu enforcado. Enquanto a polícia israelense assegura que se tratou de um suicídio, a família e os amigos do palestino afirmam que ele foi vítima de um ataque de judeus extremistas.
"Abençoamos a operação em Jerusalém e apreciamos o heroísmo dos que a levaram a cabo. É um ato seletivo de resistência à ocupação e uma resposta prática aos contínuos crimes dos ocupantes, o último dos quais foi enforcar a sangue-frio um motorista de ônibus ontem em Jerusalém", afirmou Badram.
Quase ao mesmo tempo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu que responderá "com punho de ferro" ao ataque, o mais sangrento cometido na cidade desde 2008, e acusou o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e o movimento islamita Hamas de provocá-lo.
Jerusalém vem sendo palco de uma crescente tensão desde que três extremistas judeus mataram uma criança palestina em julho, no lado Oriental, como vingança pelo assassinato de três estudantes israelenses que pediam carona perto dos assentamentos de Gush Etzion.
Desde então, ocorreram protestos, enfrentamentos entre a polícia e jovens palestinos, além de ataques de colonos israelenses e cidadãos palestinos nos bairros árabes e no centro velho da cidade.
A situação se agravou há um mês, quando um palestino matou duas pessoas — entre elas um bebê de três meses e uma mulher equatoriana — ao atropelar as pessoas que esperavam pelo transporte público na linha que divide a cidade.
Uma semana depois, em Jerusalém Ocidental, um suposto atirador palestino alvejou e deixou gravemente ferido um rabino ultranacionalista judeu, que defende a mudança do status da Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do Islã.
Os rumores sobre essa possível mudança — negada pelo governo israelense —, junto com as restrições de acesso impostas por Israel aos muçulmanos e o constante aumento da presença de ultranacionalistas judeus escoltados pela polícia, são alguns aspectos que alimentam a tensão na cidade.
Apenas sete dias depois da tentativa de assassinato do rabino, que se recupera de seus ferimentos em um hospital, um segundo motorista suicida palestino matou duas pessoas — entre elas um guarda de fronteira — em outra tentativa de atropelamento no limite que divide Jerusalém em sua parte Oriental e Ocidental.
O ataque de hoje, assim como os outros, foi elogiado pelos movimentos radicais islâmicos palestinos, como o Hamas e a Jihad Islâmica, que afirmaram se tratar de "uma resposta lógica às políticas israelenses e à ocupação".
Veja a seguir vídeo do momento do ataque:
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