Atentado em Boston: suspeito ficou longe de cidadania americana após ser entrevistado pelo FBI
Tamerlan Tsarnaev foi morto na última sexta-feira (19); seu irmão está detido em hospital
Internacional|Do R7
Agentes do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos decidiram, há poucos meses, indeferir o pedido de cidadania norte-americana para Tamerlan Tsarnaev, um dos dois irmãos tchetchenos acusados de planejar e executar o atentado durante a Maratona de Boston, que deixou três mortos e mais de 180 feridos na segunda-feira (15).
A decisão foi tomada após uma checagem de rotina revelar que o jovem tinha sido entrevistado e investigado pelo FBI em 2011, disseram oficiais federais neste sábado (20).
Tamerlan, de 26 anos, morreu na madrugada da última sexta-feira (19) após uma troca de tiros com a polícia, no início de uma megaoperação que durou mais 22 horas até a prisão do outro suspeito, Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, irmão de Tamerlan.
Segundo os oficiais, o processo de cidadania de Tamerlan ainda estava ativo, mas sendo revisado e investigado por autoridades federais.
Nos últimos dias, foi noticiado que a cidadania de Tamerlan teria sido suspensa em razão de um caso de violência doméstica. Mas, segundo oficiais do Departamento de Segurança Nacional, foi a entrevista com o FBI em 2011 que levantou o alerta vermelho e interrompeu o processo, ao menos momentaneamente.
Tamerlan, o mais velho dos dois irmãos suspeitos de terem cometido o atentado em Boston, foi entrevistado pelo FBI em janeiro de 2011 a pedido do governo russo, que temia relações do jovem com terroristas tchetchenos.
Acusação será por homicídio e terrorismo
Irmãos tinham 6 bombas e várias armas
Grupo rebelde do Cáucaso nega envolvimento
Segundo o Departamento de Segurança Nacional, a decisão de interromper o processo de cidadania de Tamerlan é uma prova de que o encontro do jovem com o FBI não se perdeu na imensa base de dados criminais do país — revisar esses arquivos é um procedimento padrão em pedidos de cidadania.
O Departamento de Segurança chegou a perguntar ao FBI na época o motivo da entrevista, mas a polícia federal americana apenas respondeu que Tamerlan não representava uma ameaça.
Após isso, o Departamento de Segurança não deu prosseguimento nem cancelou o processo, mas exigiu “revisões adicionais”. Funcionários do órgão não confirmaram se as recomendações foram executadas.
A forma como o governo lidou com o pedido de cidadania de Tamerlan pode se tornar crucial para a administração Obama e o futuro do país por causa da reforma migratória — o Congresso americano está debatendo desde a semana passada um projeto de lei para realizar uma reforma abrangente no país, algo que é apoiado pelo presidente.
Tamerlan entrou com seu pedido de cidadania em 5 de setembro passado, poucas semanas após voltar de uma viagem de seis meses à Rússia e ao Cáucaso.
Seu irmão, Dzhokhar, que está detido em um hospital de Boston em estado grave, teve seu pedido de cidadania aprovado no final de agosto passado.
O que acontece no mundo passa por aqui
Moda, esportes, política, TV: as notícias mais quentes do dia