Incêndio em Portugal teve 'mão criminosa', diz bombeiro

Governo português havia anunciado que trovoadas secas" teriam iniciado as chamas

21/06/2017 - 17h17 (Atualizado em 22/02/2024 - 18h23)

Pouco tempo depois do início do imenso incêndio que matou ao menos 64 pessoas, feriu outras 200 e destruiu matas, carros e casas em Pedrógão Grande, na região central de Portugal, as autoridades locais afirmaram que o fogo teve causas naturais. No entanto, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, acredita que o incêndio foi criminoso.

Nesta quarta-feira (21), o bombeiro contestou publicamente a versão oficial do governo do país europeu, na qual as chamadas "trovoadas secas" teriam iniciado as chamas. A duas emissoras de rádio e televisão, Soares disse que acha estranho o pouco tempo que foi preciso para que a PJ (Polícia Judiciária), responsável pelas investigações, determinasse que as causas do fogo foram naturais e não criminosas.

O bombeiro falou sobre como as chamas começaram após cerca de 8 horas do início do incêndio.

— Eu tenho para mim que o incêndio teve origem em mão criminosa.

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Segundo o presidente da liga, "o incêndio já ocorria há cerca de 2 horas quando ocorreu o problema com raios, que provocou um conjunto de ignições acrescentadas aquele incêndio que já era de uma violência extraordinária".

Chamas

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Ainda nesta quarta-feira, o governo português que o as chamas do grande incêndio foram controladas, disse o chefe da Defesa Civil do país, Vítor Vaz Pinto.

— O fogo não vai progredir mais do que já progrediu. Vamos nos concentrar no meio do perímetro.

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No entanto, em outras áreas de Portugal, vários pontos de incêndio ainda precisam ser controlados e apagados. É o caso de Góis, que ainda tem duas frentes nas quais o fogo ainda está ativo: Arganil e Pampilhosa.

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O fogo se alastrou por uma área montanhosa, 200 km a sudeste de Lisboa, em meio a uma intensa onda de calor e ventos fortes

Parte das vítimas passava de carro na rodovia que corta a região quando foi surpreendida pelas chamas. Os veículos foram atingidos e seus ocupantes morreram carbonizados

Além das vítimas carbonizadas, há pessoas que morreram após inalar a forte fumaça do incêndio

Os feridos foram levados para hospitais de Lisboa, Coimbra e Porto, na região

Entre as vítimas de ferimentos, há oito bombeiros, quatro deles em estado grave. Uma criança está também internada

O incidente com fogo já é um dos maiores do país em décadas. Em pronunciamento neste domingo (18), o primeiro-ministro português, António Costa, declarou que o incêndio é uma "tragédia humana" sem precedentes na história portuguesa

Dois batalhões do exército foram enviados à área de Pedrógão para ajudar os serviços de emergência. A prioridade no momento, de acordo com o premiê de Portugal, é combater as chamas e identificar as vítimas — não só as que já foram encontradas, como aquelas que podem estar em zonas às quais as forças de segurança ainda não tiveram acesso

O governo português declarou luto nacional de três dias e afirmou que o domingo (18) será focado ainda na prevenção de novos focos de incêndio. "Podemos ter condições meteorológicas hoje idênticas às que ocorreram ontem, nas mesmas zonas do país", afirmou o primeiro-ministro António Costa

A União Europeia disse que enviará aeronaves de combate a incêndios para ajudar Portugal. A França ofereceu três aviões e a Espanha enviou dois, disseram autoridades

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