Investigação revela que só havia DNA de Nisman na cena do crime
Escadas e elevador do Le Parc não tinham câmeras de segurança funcionando
Internacional|Do R7
A análise de DNA realizada na roupa de Alberto Nisman e na arma usada em sua morte encontrou apenas vestígios do perfil genético do próprio promotor argentino, informou nesta sexta-feira (30) a promotora da causa, Viviana Fein.
Em comunicado, Fein assegurou que a análise de laboratório indica de modo categórico que na camiseta, pistola, carregador, cartuchos e cápsulas se achou um mesmo perfil genético que coincide de forma indubitável com o do falecido.
Nisman, encarregado da investigação do atentado contra a associação mutual israelita AMIA que deixou 85 mortos em 1994, morreu no último dia 18 em sua casa com um tiro na cabeça após denunciar à presidente argentina, Cristina Kirchner, por suposto acobertamento de terroristas iranianos.
Sua morte, qualificada como duvidosa, se deveu a um disparo na têmpora realizado a menos de um centímetro de distância, procedente de uma pistola calibre 22 que foi encontrada sob seu corpo, no banheiro da casa, de acordo com a investigação liderada por Fein.
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Além disso, Fein informou que foram realizadas diligências prévias necessárias para revisar os equipamentos de telecomunicações do promotor e o material das câmeras de segurança do edifício onde vivia.
Em uma antecipação das perícias, foi informado pelo pessoal técnico que em princípio as escadas não contam com câmeras e que as do elevador do serviço não estariam em funcionamento
Fein também detalhou que hoje prestaram depoimento os membros da equipe de informática da promotoria especial para investigar o atentado contra a AMIA e que na próxima semana continuarão recolhendo os testemunhos de outros empregados da unidade.
Além disso, a promotora ressaltou que sua investigação não pretende distorcer ou desacreditar as versões que podem ser dadas por terceiras pessoas, depois da polêmica suscitada com o governo na quarta-feira passada.
Fein tinha revelado que, de acordo com a investigação, que Nisman viajou de férias à Europa e tinha passagem de volta comprada para 12 de janeiro, dois dias antes de apresentar sua denúncia contra Cristina.
Minutos depois, o governo desmentiu a versão da promotora no Twitter da Casa Rosada publicando mensagens supostamente enviadas por Nisman a um grupo de amigos próximos nas quais assegurava que suspendeu intempestivamente uma viagem pela Europa com sua filha.
O governo sustenta que o promotor interrompeu suas férias porque alguém lhe chamou com urgência na Argentina para apresentar uma denúncia contra a presidente que qualificaram como sem fundamento e elaborada por terceiros.
No comunicado de hoje, Fein solicitou que seus ditos não sejam manipulados nem utilizados por nenhum setor político.