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Cristina Kirchner adverte que não permitirá que ninguém lhe cale a boca

Mandatária também solicitou aos argentinos manter a paz até as eleições 

Internacional|

Kichner afirmou que vai opinar sobre o caso Nisman sempre que achar necessário
Kichner afirmou que vai opinar sobre o caso Nisman sempre que achar necessário Kichner afirmou que vai opinar sobre o caso Nisman sempre que achar necessário

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, criticou nesta sexta-feira (30) o Poder Judiciário e advertiu que não permitirá que lhe digam que "cale a boca". A mandatária pediu aos argentinos em seu primeiro ato oficial em um mês, que convivessem em paz até as eleições de outubro.

Rodeada por governadores, funcionários e militantes, Cristina evitou mencionar abertamente o promotor Alberto Nisman, que morreu com um tiro na cabeça em circunstâncias duvidosas no último dia 18 após denunciá-la por supostamente acobertar terroristas iranianos.

No entanto, o caso de Nisman, que responsabilizava o Irã pelo atentado de 1994 contra a associação mutual israelita AMIA, esteve no cenário de fundo de suas críticas contra o Poder Judiciário e em suas advertências para evitar que conflitos com países remotos que possam afetar à Argentina.

— Ninguém de outro poder pode dizer à presidente que cale a boca e não fale. Vou falar todas as vezes que queira falar

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Cristina respondeu assim ao vice-presidente da Associação de Magistrados, Ricardo Sáenz, que afirmou esta semana que não é conveniente que Kirchner continue opinando desta forma.

— Uma coisa é o debate político e outra coisa é opinar diretamente sobre o caso

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— Acho que é antidemocrático tentar silenciar vozes. Não me interessa uma democracia sitiada e silenciosa

A presidente sustentou que a morte de Alberto Nisman inscreve-se em uma conspiração para desestabilizar seu governo e chegou a responsabilizar à "mão negra" dos serviços secretos.

Em seu discurso de hoje, a presidente sugeriu que o caso tem um contexto internacional relacionado com "países remotos" que não identificou.

—Apenas peço, por favor, como presidente, como militante e como cidadã, que não permitamos que nos tragam aqui conflitos que estão causando desolação, morte e angústia em outros povos porque não temos essas contradições.Essa sujeira que está aí fora, que ninguém a traga para dentro. Defendamos a Argentina mais que ao governo. Não permitamos que nos dividam.

A mandatária também convocou os argentinos a viver até as próximas eleições, previstas para outubro, em paz, com tranquilidade, com alegria para que o povo volte a votar ese expressar.

Cristina Kirchner aproveitou o ato para demonstrar que retomou o manejo da agenda política, com um resumo da gestão do governo e o anúncio do aumento das aposentadorias e de novos acordos com a China, às vésperas de sua visita ao país.

A presidente elogiou também o titular das Aerolíneas Argentinas, Mariano Recalde, duramente criticado pela oposição esta semana por revelar dados da viagem do jornalista Damián Pachter, o primeiro a noticiar a morte de Nisman nas redes sociais e que abandonou o país argumentando que temia por sua segurança.

Antes de concluir, Kirchner insistiu que não cederá perante as críticas e os insultos "Estou um pouco avariada, como na batalha naval, mas jamais afundada", concluiu a presidente, que interrompeu várias vezes seu discurso pelos cantos dos militantes que abarrotavam a Casa Rosada e que esperaram, em vão, que ela aparecesse nas varandas da sede do Executivo.

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