Jihadistas pedem que habitantes de província síria se unam a eles
Grupo leal ao Isis defende que união pode "deter o derramamento de sangue"
Internacional|Do R7
Um grupo leal ao Isis (sigla em inglês para Estado Islâmico do Iraque e do Levante) pediu aos residentes na cidade de Al Bukamal e de toda a província de Deir al Zur que se unam a eles para "deter o derramamento de sangue", em comunicado emitido nas últimas horas.
A nota é assinada pelo "emir da Frente al Nusra" em Al Bukamal, fronteiriça entre Deir al Zur e Iraque, que há dois dias mudou de lado e jurou lealdade ao Isis.
Na nota, o emir felicita os habitantes desta população por ter sido declarada recentemente como "parte do setor pertencente ao Estado Islâmico".
A carta lamenta "o alto preço pago pela guerra" e os danos às infraestruturas, como a água e a eletricidade, e culpou o "projeto turco catariano" por todo o ocorrido.
Além disso, em referência ao regime de Bashar al Assad, o emir afirmou que "os ignorantes não escolhidos governaram o país esbanjando os serviços e lhes oprimiram".
Por isso, o "emir" solicitou aos moradores de Al Bukamal e de toda a província de Deir al Zur que peçam a eles que evitem que a zona seja palco de mais hostilidades.
O "emir" prometeu melhores serviços e o desenvolvimento de produção do país, como a do petróleo, além do apoio direto do "Estado Islâmico".
A carta usa como exemplo Al Bukamal, onde, explicou, se estabeleceram há um ano e evitaram o derramamento de sangue, além de "acabar com o fogo da fitna (discórdia)". Além disso, apontou que eles podem ser um enlace e "chave" para reconciliar a todos.
No último dia 25, o grupo Jund al Haq (Soldados do Direito), braço da Frente al Nusra em Al Bukamal, uniu suas forças com o Isis nesta cidade, apesar de ambas as organizações serem rivais. Esta cidade é limítrofe com a área iraquiana de Al Qaim, tomada pelo Isis na última semana.
A Frente al Nusra e o Isis se enfrentam desde o começo do ano no território sírio. O líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, designou a Frente al Nusra como filial de seu grupo na Síria e pediu ao Isis que limitasse suas atividades ao Iraque, o que foi desobedecido por esta organização.
Em 10 de junho, o Isis tomou a segunda cidade do Iraque, Mosssul (norte), e várias zonas do norte e centro do território iraquiano em sua tentativa de avançar rumo a Bagdá.
Na Síria, seu bastião principal é a província de Al Raqqah e se enfrenta a outras facções islamitas em Deir al Zur e outras partes do norte do país. O Isis pretende criar um emirado islâmico no Iraque e na Síria.