Khamenei diz que Ocidente não conseguiu "pôr o Irã de joelhos"
Negociação sobre programa nuclear, porém, avançou em questões-chave
Internacional|Do R7
O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta terça-feira (25) que o Ocidente não conseguiu colocar "o Irã de joelhos", após o G5+1 e Teerã anunciarem ontem em Viena, na Áustria, mais um prorrogamento do prazo (sete meses) das negociações nucleares.
"Na questão nuclear os Estados Unidos e os países coloniais europeus se uniram e fizeram todo o esforço para pôr de joelhos a República Islâmica, mas não puderam e não poderão", disse o líder em um encontro religioso realizado em sua casa, informou o site oficial do líder.
Nesta manhã, no parlamento local, deputados iranianos também reagiram ao anúncio feito ontem em Viena, e um grupo de congressistas gritou "Morte à América" após o vice-presidente da Câmara, Mohamad Abutorabi-Fard, afirmar que os Estados Unidos "sabotou os esforços" para se conseguir um acordo e que não se pode confiar neste país, informou a agência de notícias Fars.
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"Hoje podemos falar com os Estados Unidos e seus aliados em um tom de poder. De fato, a lição que deve ser tirada das recentes negociações nucleares é que não se pode confiar nos Estados Unidos por vários motivos", disse o deputado.
Após sete dias de intensas negociações em Viena, o Irã e os países do G5+1 (China, Rússia, EUA, Alemanha, França e Reino Unido) decidiram ontem ampliar o prazo para se fechar um acordo nuclear definitivo para colocar fim a doze anos de crise e sanções internacionais contra a República Islâmica.
Após não ter sido alcançado um texto comum na data limite, apesar da presença em Viena dos sete ministros das Relações Exteriores nos últimos dias, as partes acertaram seguir trabalhando para fechar um acordo "o mais rápido possível", e fixaram como nova data limite 1º de julho de 2015.
O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse nesta terça-feira que as conversas entre o Irã e seis potências mundiais sobre o programa nuclear iraniano foram "bastante positivas" e que houve progresso em questões-chave, inclusive sobre a capacidade iraniana de enriquecimento de urânio.
"Ao limitar a capacidade do Irã de enriquecer (urânio), acredito que houve um certo movimento", disse Laurent Fabius à rádio França Internacional.
Fabius disse que as seis potências "rascunharam" soluções técnicas para o reator de água pesada iraniano de Arak, que as potências ocidentais temem que possa gerar quantidade significativa de plutônio para bombas se passar por certas modificações.
Ele disse ainda que também houve progresso nos meios de verificar que o Irã está cumprindo seus compromissos uma vez que o acordo for fechado.
"O diabo está nos detalhes, mas há uma vontade de se chegar a um acordo que eu não tinha visto nas conversas anteriores", disse.
O Irã nega as suspeitas ocidentais de que seu programa nuclear tenha objetivos militares, e afirma que busca apenas gerar energia para uso pacífico.