Líder espiritual da Irmandade Muçulmana é preso no Egito
Detenção provisória ocorreu horas após um tribunal pedir a soltura do ex-ditador Hosni Mubarak
Internacional|Do R7
A polícia egípcia prendeu na madrugada desta terça-feira (20) o líder espiritual da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badía, por suposta incitação à violência e pela morte de manifestantes.
A Irmandade Muçulmana é o grupo político-religioso que levou o islamita Mohamed Mursi ao poder no ano passado, em eleições livres. Após o golpe militar de 3 de julho, que tirou Mursi da Presidência, a Irmandade vem convocando protestos para pedir o retorno do líder e para condenar os ataques policiais.
A prisão de Badía ocorreu após a Procuradoria-Geral do Egito solicitar sua detenção provisória por 15 dias.
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A ação policial ocorreu no distrito de Cidade Nasser, no Cairo, perto da praça de Rabea al Adauiya, onde os islamitas ficaram acampados até a operação policial de quarta-feira passada que desmantelou o protesto e matou centenas de islamitas na capital egípcias.
Badía foi levado à prisão de Tora, no sul da capital egípcia.
Libertação de Mubarak
A prisão de Badía ocorreu horas após um tribunal egípcio pedir a soltura do ex-ditador Hosni Mubarak, que comandou o país por mais de três décadas, mas não resistiu a protestos populares em fevereiro de 2011.
Mubarak, de 85 anos, foi condenado à prisão perpétua no ano passado por não ter impedido a morte de manifestantes durante a revolta contra ele em 2011. Mas o tribunal de apelações aceitou seu recurso em janeiro e ordenou um novo julgamento.
Ele agora está sendo julgado novamente por essas acusações, mas já cumpriu o tempo máximo de prisão preventiva autorizado nesse caso. Por causa disso, um tribunal pediu sua libertação.
Uma corte superior vai julgar o pedido na próxima quarta-feira (21).
A prisão do líder religioso da Irmandade Muçulmana e a possível libertação de Mubarak levantam ainda mais dúvidas sobre o papel das Forças Armadas no futuro político do Egito.
Um cerco à Irmandade pode tornar o conflito ainda mais sangrento e, consequentemente, agravar a repressão policial. Além disso, a libertação de Mubarak põe em xeque as conquistas populares alcançadas com a revolução de 2011.
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