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Irmandade Muçulmana nomeia chefe interino após prisão de Guia Supremo no Egito

Mahmud Ezzat assumirá função de forma temporária, afirma Partido da Justiça e da Liberdade

Internacional|

A Irmandade Muçulmana nomeou Mahmud Ezzat seu líder interino após a prisão de guia supremo
A Irmandade Muçulmana nomeou Mahmud Ezzat seu líder interino após a prisão de guia supremo A Irmandade Muçulmana nomeou Mahmud Ezzat seu líder interino após a prisão de guia supremo (KHALED DESOUKI/AFP)

A Irmandade Muçulmana do Egito nomeou nesta terça-feira (20) um chefe interino para substituir seu Guia Supremo, Mohamed Badie, detido na véspera pelo governo instalado pelos militares, que depuseram o presidente islamita Mohamed Mursi.

A detenção desfere um duro golpe no movimento islamita, criado há 85 anos e que há seis dias protagoniza uma sangrenta demonstração de força com a polícia e o Exército, que deixou até agora mais de 900 mortos, em sua maioria manifestantes pró-Mursi, e centenas de detidos.

O site do Partido da Justiça e da Liberdade (PJL), formação política da Irmandade Muçulmana, fez o anúncio.

— Mahmud Ezzat, chefe adjunto da Irmandade Muçulmana, assumirá a função de guia supremo do grupo de forma temporária depois que as forças de segurança do sangrento golpe militar detiveram o guia supremo Mohamed Badie.

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A Irmandade Muçulmana já havia indicado que Badie "era apenas um indivíduo entre os milhares que se opõem ao golpe de Estado", dando a entender que o movimento continuará sua mobilização contra a destituição e a detenção de Mursi no dia 3 de julho pelo Exército.

As televisões locais, aderidas à causa do Exército e a favor da violência aplicada contra o "terrorismo da Irmandade Muçulmana", emitiram imagens nas quais era possível ver Mohamed Badie prostrado e vestindo uma galabiya, a longa túnica branca tradicional egípcia.

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Badie, de 70 anos e que só apareceu em público uma vez desde a deposição de Mursi, foi detido na madrugada desta terça-feira em um apartamento do Cairo e conduzido à prisão de Tora, onde se encontram seus dois adjuntos, Khairat al-Shater e Rashad Bayumi, com quem será julgado no domingo por "incitação ao assassinato" de manifestantes anti-Mursi.

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Desde o início das manifestações pró-Mursi, milhares de membros da Irmandade Muçulmana foram detidos, entre eles alguns responsáveis, como o chefe de seu partido político e ex-presidente do Parlamento Saad al-Katatni, também detido.

Na prisão de Tora também se encontra detido Hosni Mubarak, o presidente expulso do poder por uma revolução popular no início de 2011. Este último encontra-se na prisão apenas por um caso de corrupção, depois de ter obtido a liberdade condicional em outros três após a superação do período máximo de prisão preventiva.

Quanto à Mursi, que está detido pelo Exército em um local secreto desde sua deposição, foi acusado de "cumplicidade de assassinato" e de "torturas" contra manifestantes na segunda-feira (19).

Nada parece deter o exército em sua repressão contra a Irmandade Muçulmana, que desde 2011 venceu as primeiras eleições legislativas e presidenciais livres do país. Isto pode levar novamente os islamitas à clandestinidade e provocar um retorno aos anos negros de 1990 com sua sangrenta violência.

Nos últimos dias, a espiral de violência se acelerou com a morte de 25 policiais em menos de 24 horas, no atentado mais sangrento dos últimos anos contra as forças de segurança na península do Sinai e de 37 detidos da Irmandade Muçulmana, asfixiados por bombas de gás lacrimogêneo em um furgão penitenciário.

As manifestações dos partidários de Mursi são reprimidas violentamente desde que as forças de segurança desalojaram no dia 14 de agosto seus dois acampamentos no Cairo, deixando 600 mortos em todo o país no dia mais sangrento desde a revolta de 2011.

Nesta terça-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos declarou querer enviar observadores para avaliar a situação no Egito.

— Estamos alarmados pela continuação da violência no Egito. Pedimos às autoridades egípcias que nos permitam enviar observadores de direitos humanos de forma que possamos avaliar a situação no terreno.

O Alto Comissariado quer recolher informações com base em testemunhas de organizações não-governamentais e outras fontes, acrescentou.

Após as condenações da comunidade internacional, o chefe do Exército e novo homem forte do Egito, o general Abdel Fatah al-Sissi, insistiu no domingo (18) que seu país não cederia ante os terroristas.

Os países da União Europeia, que disseram estar dispostos a reexaminar suas relações com o Cairo, realizarão na quarta-feira (21) uma reunião ministerial.

Os Estados Unidos lançaram na segunda-feira um chamado à reconciliação no Egito e disseram que continuam analisando o futuro da ajuda financeira que fornecem ao país, embora tenham reconhecido que sua capacidade de influência era limitada.

Embora o estado de emergência e o toque de recolher decretados na quinta-feira (15) sigam em vigor, o Cairo, uma megalópole de 20 milhões de habitantes, recuperou praticamente a normalidade em seu dia a dia, perturbada apenas pela presença de tanques nas grandes artérias da cidade.

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