Duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na madrugada desta quinta-feira (13) em função de violentos enfrentamentos com a polícia em várias cidades da Turquia, após o enterro em Istambul de um adolescente morto na terça-feira depois de sofrer ferimentos provocados pelas forças de segurança nos protestos de junho do ano passado.
Um policial morreu em Tunceli, no centro do país, ao sofrer uma parada cardíaca após inalar grandes doses do gás lacrimogêneo com o qual as forças de segurança tentavam expulsar manifestantes de uma praça da cidade.
Entenda a crise política na Turquia
Um jovem de 22 anos morreu pouco depois em Istambul em um tiroteio que deixou outros dois feridos e que parece ter começado devido a um enfrentamento entre partidários e adversários do governo.
Segundo o jornal Radikal, um suposto grupo de jovens islamitas armados com pedaços de paus se envolveu em um tiroteio com "grupos de ideologia oposta".
No distrito de Sisli, em Istambul, um grupo de manifestantes ateou fogo uma sede local do partido AKP (Justiça e Desenvolvimento), legenda islamita no poder desde 2002.
Os enfrentamentos ocorreram após uma jornada na qual dezenas de milhares de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre de Berkin Elvan, um jovem de 15 anos que morreu na terça-feira após ficar nove meses em coma como resultado do impacto de uma bomba de gás lançada pela polícia nos grandes protestos de junho de 2013.
Em Esmirna, a polícia dispersou cerca de 10 mil manifestantes com canhões de água e gás lacrimogêneo, o que deixou vários feridos, e foram efetuadas muitas prisões, informaram as emissoras locais.
Tanto em Ancara como em Bursa se registraram ataques de grupos de civis governistas, armados com paus, contra os manifestantes, como ocorreu em algumas ocasiões durante os protestos do parque Gezi do ano passado. No entanto, desta vez a polícia turca se esforçou para separar os grupos, apontaram as emissoras NTV e CNNTürk.
Em Denizli, em Anatólia, 47 pessoas, entre elas dois policiais, tiveram que ser hospitalizadas e foram registradas 26 detenções, enquanto outras dezenas de manifestantes foram detidos em Adana, Kocaeli e outras cidades.
Turquia, Irã e China continuam sendo os países que mais prendem jornalistas