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Mais de 20 anos depois do fim da Guerra Fria, Otan e Rússia voltam a se enfrentar

A cúpula da Otan se reuniu para definir sua ação contra a Rússia por causa da Ucrânia

Internacional|Do R7*

De acordo com o ISAF, a Otan tem mais de 41 mil tropas em alerta para atuar em defesa de um dos seus 28 países
De acordo com o ISAF, a Otan tem mais de 41 mil tropas em alerta para atuar em defesa de um dos seus 28 países De acordo com o ISAF, a Otan tem mais de 41 mil tropas em alerta para atuar em defesa de um dos seus 28 países

A escalada de violência no leste da Ucrânia fez com que líderes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se encontrassem para discutir sanções contra um antigo inimigo, a Rússia. Depois de mais de 20 anos do fim da Guerra Fria, Otan e Rússia aparecem em lados opostos, além de trocarem afiadas acusações.

Liderada pelos Estados Unidos, a Otan é uma das maiores alianças político-militares do mundo. O R7 consultou especialistas e órgãos oficiais para entender a supremacia desta organização no mundo, que por sua vez, já não conta apenas com países ocidentais, mas tem aliados inclusive na região do Oriente Médio.

Criada em 1949 em oposição ao Pacto de Varsóvia, o principal aliança militar da antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), a Otan tinha por objetivo defender a soberania da Europa, devastada pela 2ª Guerra Mundial (1938-45), e a livre-circulação do tráfego marítimo no Atlântico Norte durante a Guerra Fria. A organização conta com, atualmente, 28 países membros, signatários de um estatuto de defesa mútua, que obriga todos a defenderem um ao outro, em caso de ataque.

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De acordo com a Assistência Internacional das Forças de Segurança (ISAF, na sigla em inglês), a Otan tem mais de 41 mil tropas em alerta. Deste número, mais de 28 mil são norte-americanas e pouco mais de três mil do Reino Unido. O número contempla diferentes patentes e é rotativo. O recente estudo Balanço Militar 2014, feito pelo Instituto Internacional para Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês) afirma que a Organização tem mais de três milhões de soldados, dez mil tanques e pelo menos cinco mil aviões de guerra.

Para consolidar as tropas, um acordo firmado em 2002 define que todos os países membros devem destinar 2% do seu PIB para a Otan. Em 2013, por exemplo, os Estados Unidos investiu cerca de R$ 1 milhão e 200 mil (US$ 640 mil) na Organização, de acordo com os dados do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz em Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês).

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Porém, além dos países membros, a Organização mantêm parcerias com outros 33 países, inclusive a Rússia. Na página oficial da Otan, a organização diz que a anexação da Crimeia é ilegal e ilegítima e que a Rússia deve voltar a cumprir o direito internacional.

O comando da Otan

A Tenente Brenda, da Escola Superior de Guerra do Brasil, explica que em caso de ataque de um ou mais exércitos em país estrangeiro, todas as tropas são submetidas a um comandante, responsável pelo controle operativo da missão. “Isso significa que cada tropa continua subordinada ao seu país de origem, mas cumpre tarefas específicas, previamente acordadas e designadas”, diz.

— O comportamento de uma organização, como a Otan, diante de um ataque ou de uma ameaça de ataque vai depender da situação apresentada. A estrutura militar [da Otan] certamente já tem planos previstos para todas as situações.

Mas além do alto número de contingente e armamento bélico, a rganização também tem armas nucleares, assim como a Rússia, o que compromete ainda mais o conflito.

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No início deste ano, a Rússia ameaçou suspender um tratado entre o país e os Estados Unidos, que permite inspeções internacionais de armamento nuclear. Um alto cargo do Ministério de Defesa russo disse às agências locais, na ocasião, que as inspeções são uma medida de segurança e que na atual situação, não há acordo bilateral.“As infundadas ameaças à Rússia por parte dos Estados Unidos e da Otan em relação à sua política na Ucrânia são vistas como um gesto marcadamente inamistoso e nos permitem atuar como em circunstâncias de força maior”, disse.

Para a Tenente Brenda, a posse e o uso de armas nucleares são decisões internas dos países e a Otan utiliza o tipo de armamento que julgar mais eficiente, levando em conta a resposta do país ou grupo armado atacado.

— O armamento empregado pela Otan abrange tanto o convencional como o nuclear e tem regras específicas para sua utilização. [...] Seu uso vai depender da necessidade de cada situação apresentada e constitui objeto de um planejamento militar prévio e continuado.

As tensões entre países do ocidente e a Rússia começaram com a crise na Ucrânia, mas ambos os lados se esquivam de retomar o termo “guerra fria”. O secretário-geral da Otan, Anders Rasmussen, disse que a organização reconhece o poderio militar e a postura da Rússia, mas não acha que as novas medidas serão uma “reedição da batalha ideológica”.

Tanto a Otan quanto a Rússia continuam criando sanções para atingir uma a outra. Além disso, entre os membros plenos da organização, cinco fazem fronteira com o território russo.

*Bruna Vichi, estagiária do R7

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