Menino de 6 anos é assassinado a facadas nos EUA em crime ligado à guerra entre Israel e Hamas
Wadea Al-Fayoume e a mãe dele foram alvos de um americano, que acertou 26 golpes e tirou a vida do garoto, perto de Chicago
Internacional|Do R7, com AFP
Um homem de 71 anos foi acusado neste domingo (15) de assassinar, a facadas, um menino de 6 anos e ferir a mãe dele por serem muçulmanos. O ataque é considerado pela polícia americana um crime de ódio e está vinculado à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
O menor, identificado como Wadea Al-Fayoume, sofreu 26 perfurações e morreu no hospital, enquanto a mulher, supostamente mãe do garoto, sobreviveu ao ataque do cidadão americano, segundo comunicado do escritório do xerife do condado de Will, em Illinois.
"Os detetives puderam determinar que ambas as vítimas deste brutal ataque eram o alvo desse suspeito, uma vez que eram muçulmanos e devido ao conflito em curso no Oriente Médio que envolve o Hamas e os israelenses", indicou o comunicado sobre o assassinato ocorrido a 64 km de distância de Chicago.
O escritório do xerife não deu mais detalhes nem divulgou as nacionalidades das vítimas, mas o escritório de Chicago do CAIR (Conselho de Relações Islâmico-Estadunidenses, na sigla em inglês) descreveu o menor como palestino-americano.
As autoridades disseram que a mulher chegou a ligar para a emergência enquanto enfrentava o suspeito, identificado como Joseph Czuba, de 71 anos.
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As vítimas foram localizadas "na residência em um dos quartos. Ambas as vítimas tinham múltiplas feridas por faca no peito, tórax e extremidades superiores", apontou o comunicado.
Uma faca de serra, em estilo militar, com uma lâmina de mais de 17 centímetros, foi retirada da barriga do menino durante a autópsia, assinalou o documento.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se pronunciou momentos depois e qualificou o ataque como um "horrível ato de ódio".
"Esse ato de ódio horrível não tem espaço nos Estados Unidos, e vai contra os nossos valores fundamentais: liberdade sobre como oramos, no que cremos e quem somos", afirmou Biden em um comunicado.
Quando a polícia chegou ao local do crime, encontrou Czuba sentado no chão, perto da entrada de sua casa com um ferimento. O suspeito foi levado ao hospital antes de ser acusado formalmente de assassinato, tentativa de assassinato e crime de ódio.
"Ele arrombou a porta, tentou sufocá-los e disse: 'Vocês, muçulmanos, devem morrer'", indicou o chefe do CAIR em Chicago, Ahmed Rehab, ao citar uma das mensagens de texto enviados pela mulher, que sobreviveu, ao pai do menino assassinado.
Foi "nosso pior pesadelo", completou o CAIR em comunicado.
Israel declarou guerra ao Hamas no domingo retrasado (8), um dia depois de uma onda de terroristas superarem a fronteira de Gaza. Eles mataram cerca de 1.400 pessoas — a maioria civis — em território israelense com tidos, facadas e queimaduras.