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Paquistaneses temem que terremoto possa ter deixado mais de 1.000 mortos

Tremores afetaram seis distritos, onde vivem 300 mil pessoas, mas ajuda não cheg a todos

Internacional|Do R7

Povoados inteiros foram reduzidos a escombros
Povoados inteiros foram reduzidos a escombros ATHAR HUSSAIN/REUTERS

Três dias depois do terremoto que assolou o sudoeste do Paquistão, as autoridades reconhecem que ainda há áreas inacessíveis e a imprensa local prevê que o número de mortos está muito além do dados oficias, enquanto alguns moradores acreditam que mais de mil pessoas possam ter morrido na tragédia.

"Os números confirmados são 359 falecidos e 755 feridos. Isso é o que sabemos com certeza", disse hoje à Agência Efe o porta-voz do governo provincial de Baluchistão, Jan Mohammed Buladi, que reconheceu que as equipes de resgate ainda não conseguiram chegar em alguns locais.

"A maioria das zonas afetadas já recebeu assistência, mas há algumas áreas muito remotas", afirmou Buladi, em resposta às informações publicadas na imprensa local sobre centenas de mortos ainda não contabilizados.

Moradores do município de Mashké, um dos mais afetados, citados pelo jornal "Express Tribune", afirmam que pelo menos 400 pessoas morreram nessa região e citam o caso de uma escola religiosa na qual morreram 20 alunas após a queda do teto.


As imagens transmitidas pelos primeiros repórteres que chegaram ao distrito de Awarán, o mais golpeado e ao qual pertence Mashké, mostram povoados inteiros reduzidos a escombros.

Segundo o "Express Tribune", algumas fontes locais afirmam que mais de mil pessoas podem ter morrido.


"Não podemos comentar essas informações", foi a resposta de Buladi.

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"Mashké já era antes uma das zonas mais pobres de Baluchistão (por sua vez a região mais empobrecida do país) e esta catástrofe não fez mais que piorar as coisas", explicou o diretor do organismo provincial de gestão de desastres, Abdul Basit.

Meios de comunicação e analistas locais criticaram nesta semana a falta de recursos da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA), da qual Basit é responsável provincial, para enfrentar uma tarefa quase hercúlea.

A NDMA foi criada precisamente após outro terremoto que o norte do Paquistão sofreu em 2005, e que causou mais de 80 mil mortes, para evitar o caos de coordenação institucional que aconteceu então, embora o organismo pareça longe das prestações exigidas.

Há dias a imprensa local denuncia que a assistência não está chegando a boa parte da população afetada, cujo número também é objeto de controvérsia, e vai das 160 mil dos cálculos conservadores ao dobro calculado pelo governo regional.

Baluchistão é a província paquistanesa que no ano passado registrou maior número de vítimas em atos terroristas, mais de 600, devido à atividade de diversos grupos armados, tanto de caráter nacionalista como de facções jihadistas.

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