O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu no G20 neste sábado (30) o Sputnik V, imunizante contra a Covid-19 fabricado em seu país. Ele defendeu o reconhecimento mútuo de vacinas e criticou o protecionismo e a "concorrência desleal" de algumas nações.
“Gostaria de destacar o fato de que, apesar das decisões do G20, o acesso às vacinas e a outros recursos vitais ainda não é possível para todos os países”, disse Putin durante seu discurso por videoconferência na cúpula dos principais países industrializados e emergentes do planeta.
Bolsonaro exalta vacinas, atração de recursos e livre-comércio no G20
“Isso ocorre, acredito, entre outras coisas, devido à concorrência desleal, ao protecionismo e ao fato de vários países, incluindo membros do G20, não estarem dispostos a reconhecer mutuamente vacinas e certificados”, disse ele.
Leia também
A vacina russa Sputnik V está autorizada em 70 países, mas somente 31 permitem que os vacinados com essa preparação entrem em seu território apenas com o certificado, ou seja, sem solicitação de informações adicionais, de acordo com o Fundo Russo de Investimento Direto, que comercializa o produto no exterior.
Além disso, a preparação russa ainda não foi aprovada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) ou pela Agência Europeia de Medicamentos.
A Rússia está atualmente em negociações com as autoridades comunitárias para o eventual reconhecimento mútuo dos certificados de vacinação.
Putin ressaltou que a Rússia foi o primeiro país do mundo a registrar uma vacina anti-Covid e que o imunizante Sputnik V "tem demonstrado sua alta eficácia", assim como o Sputnik Light, em dose única.
O presidente russo também considerou urgente que a OMS acelere o processo de autorização emergencial de novas vacinas e medicamentos, ou seja, a análise de sua qualidade, segurança e eficácia.
"Estou convencido de que, quanto mais cedo tudo isso for feito, mais fácil será retomar os negócios globais, incluindo a atividade turística, a mais afetada pela pandemia do coronavírus", afirmou.
Ele também propôs aos outros líderes do G20 "desenvolver mecanismos" para uma atualização sistemática e rápida de vacinas, tendo em vista que o coronavírus continua a sofrer mutações.
"A ambiciosa tarefa de combater o coronavírus requer melhorar a qualidade e a disponibilidade de atendimento em todos os países e, como consequência, aumentar a cooperação internacional na área da saúde."
Putin defendeu o papel da OMS neste momento.
“Dada a situação atual, o papel da Organização Mundial da Saúde é cada vez mais importante, e suas atividades, claro, merecem todo o apoio. Medidas que violem as prerrogativas da OMS são inaceitáveis”, enfatizou.