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Quem é Luis Camacho, o homem que lidera a oposição contra Evo

Autointitulado 'El Macho', ele conquistou seguidores com discurso racista e anti-indígena, tornando-se a cara dos que tentam assumir o poder na Bolívia

Internacional|Do R7

Camacho assumiu liderança de fato do movimento de oposição a Evo
Camacho assumiu liderança de fato do movimento de oposição a Evo Camacho assumiu liderança de fato do movimento de oposição a Evo

Um dos protagonistas da crise política na Bolívia, Luis Fernando Camacho Vaca, autointitulado "El Macho", se tornou o rosto da oposição contra Evo Morales.

Líder de um movimento assumidamente conservador, com traços fortes de religiosidade, discurso nacionalista e francamente anti-indígena, com base no departamento de Santa Cruz de La Sierra — o mais branco e rico da Bolívia —, Camacho conseguiu ofuscar até a Carlos Mesa, o candidato que concorreu contra Evo nas eleições de 20 de outubro, as quais serviram como justificativa para os movimentos que desembocaram em um golpe apoiado pelas forças policiais e militares e na renúncia do presidente.

Mesmo sendo um rosto novo na oposição, o advogado de 40 anos é engajado na política desde os 23 anos, quando se tornou vice-presidente da organização Unión Juvenil Cruceñista. 

O grupo se define como cívico, mas a Federação Internacional dos Direitos Humanos destaca que a organização é uma espécie de grupo paramilitar racista e discriminatória, tendo indígenas como principal alvo.

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Agora, não tão juvenil, se apresenta como líder do Comitê Pró Santa Cruz.

Midiático e anti-indígena

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As falas de Camacho contra indígenas e a favor da violência para defender o que chama de democracia não ficaram no passado. 

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Extremamente popular e conseguindo angariar cada vez mais apoiadores, ele protagonizou alguns dos momentos mais midiáticos da oposição. 

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Na segunda-feira passada (4), levou uma Bíblia e uma carta de renúncia para Evo assinar, mas voltou para casa no dia seguinte sem conseguir alcançar o objetivo e sem poder deixar o aeroporto, já que um grupo de manifestantes pró-governo o esperava.

Logo após o anúncio de que Evo deixaria o governo, no domingo, Camacho levou a mesma carta e a mesma bíblia ao Palácio Quemado, sede do governo boliviano em La Paz.

Foi quando declarou que “a Pachamama não voltará ao Palácio do Governo”, atacando diretamente a deusa venerada pelos indígenas, e dizendo que o Deus cristão voltaria ao governo.

Polêmico, o Macho deixou claro sua visão sobre como opositores devem ser tratados e disse que é necessário “seguir a agenda, como fazia [o traficante] Pablo Escobar, mas só para anotar os nomes dos traidores deste povo, porque é necessário que no dia de amanhã eles sejam presos, mas não por rancor e ódio, e sim pela justiça”.

Fortuna da família e Panama Papers

Antes de se envolver diretamente com a política, ele fez nome e fortuna na região em que mora, a próspera Santa Cruz. O advogado vem de família rica e é presidente de um conglomerado de entidades empresariais e trabalhistas da direita, o Comitê Pro Santa Cruz.

Seus diplomas vêm da Universidade Privada de Santa Cruz da Serra e da Universidade de Barcelona, na Espanha, onde estudou direito financeiro e tributário.

A família faz parte do Grupo Empresarial Inversiones Nacional Vida SA, e trabalham com seguros, gás, imóveis e negócios avícolas

Segundo a imprensa nacional, várias das empresas do grupo estavam envolvidas no escândalo de corrupção Panama Papers, que escancarou uma rede de empresas offshore em paraísos fiscais, usadas pelos empresários para sonegar impostos.

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